No mundo dos passarins
Há passarins que, de tanto nos visitar, passam a fazer parte do nosso dia a dia. Nos tornamos íntimos. Quando desaparecem, deixam saudade. E o pior, nunca dizem por que se foram. Não deixam nem um pipilo de despedida. Eles são a liberdade.
Há algum tempo, aqui, neste site, que é meu, desde 2006, escrevi uma crônica sobre um bem-te-vi visitador. Ele me procurava todos os dias. Surpreendia-me, pousando, suave, na janela do meu gabinete de trabalho.
Contei, que ele, em algumas dessas visitas, trazia no bico pequenos ramos secos como se desejasse fazer um ninho num lugar qualquer de minhas estantes. Eu liberava-lhe o espaço, garantindo-lhe conforto e segurança. Mas nunca fez ninhos entre meus livros. Uma pena!
O bem-te-vi visitador pulava de um lado para o outro, em silêncio e desconfiado; indiferente ao meu olhar acolhedor e francamente receptivo. De repente, batia asas, e sumia. No dia seguinte, olha ele de volta. Até que desapareceu para sempre.
Agora, eu é que visito dois pombinhos enamorados; todos os dias, eles "fazem amor", ao meio-dia, em plena luz do dia, portanto, na cumeeira de uma casa, há poucos metros de meu prédio.
Vejo-os da janela do meu quarto de dormir, sem quebrar-lhes a intimidade... Embora, na hora do acasalamento, eles não estejam nem aí...
Ela, uma pombinha cinza. Enxerida, se oferece ao companheiro, bicando-lhe o pescoço, carinhosamente.
Ele, um pombo preto, dominador, responde ao agrado, bicando o bico da companheira, como se lhe desse um beijo na boca.
Repetem esses gestos amorosos várias vezes, antes da transa, que se dá, enfeitada por um desabrochar de penas.
Transam, com a maior naturalidade, duas, até três vezes. Depois, exaustos, juntam-se num arrulho de realização plena. Nada lhes tira o sossego, após a maravilhosa "cavalgada". Que felicidade!
Os pássaros surpreendem. Vejam a história do passarim Penga divulgada por um jornal de Salvador, em excelente e longa reportagem; história pela qual me apaixonei. E sobre Penga resolvi escrever algumas linhas, começando por dizer quem é esse passarinho que virou notícia.
Penga é uma lavadeira; aquele passarinho preto e branco, que a gente encontra fácial alegrando os jardins das grandes cidades. Penga é apelido. Penga porque perdeu uma de suas patinhas em um acidente, que conto depois.
Penga tem uma história, e Salvador é o cenário. Diz a reportagem, que ele é um empregado de uma conhecida e querida empreiteira baiana.
Apurou o repórter, que Penga "três vezes ao dia (de manhã, no horário do almoço e no final da tarde) bate ponto próximo à recepção" do belo prédio da mais famosa empreiteira baina, que fica numa das mais importantes avenidas da capital soteropolitana, a Paralela.
O passsarim faz isso, está na reportagem, de domingo a domingo, há 16 anos, segundo depoimento colhido junto aos empregados mais antigos da empresa, com os quais ele fez amizade.
Penga, vem de capenga. Como disse, falta-lhe uma de suas patinhas; foi perdida "ao lançar-se - eis a história do acidente - na fachada do prédio da empreiteira... que, espelha uma mata atlânticia de 36 mil metros quadrados".
O grave acidente não fez Penga afastar-se do prédio que escolhera como um lugar do seu coração... em todos os seus bons e maus momentos... Isso é fidelidade...
Há passarins que, de tanto nos visitar, passam a fazer parte do nosso dia a dia. Nos tornamos íntimos. Quando desaparecem, deixam saudade. E o pior, nunca dizem por que se foram. Não deixam nem um pipilo de despedida. Eles são a liberdade.
Há algum tempo, aqui, neste site, que é meu, desde 2006, escrevi uma crônica sobre um bem-te-vi visitador. Ele me procurava todos os dias. Surpreendia-me, pousando, suave, na janela do meu gabinete de trabalho.
Contei, que ele, em algumas dessas visitas, trazia no bico pequenos ramos secos como se desejasse fazer um ninho num lugar qualquer de minhas estantes. Eu liberava-lhe o espaço, garantindo-lhe conforto e segurança. Mas nunca fez ninhos entre meus livros. Uma pena!
O bem-te-vi visitador pulava de um lado para o outro, em silêncio e desconfiado; indiferente ao meu olhar acolhedor e francamente receptivo. De repente, batia asas, e sumia. No dia seguinte, olha ele de volta. Até que desapareceu para sempre.
Agora, eu é que visito dois pombinhos enamorados; todos os dias, eles "fazem amor", ao meio-dia, em plena luz do dia, portanto, na cumeeira de uma casa, há poucos metros de meu prédio.
Vejo-os da janela do meu quarto de dormir, sem quebrar-lhes a intimidade... Embora, na hora do acasalamento, eles não estejam nem aí...
Ela, uma pombinha cinza. Enxerida, se oferece ao companheiro, bicando-lhe o pescoço, carinhosamente.
Ele, um pombo preto, dominador, responde ao agrado, bicando o bico da companheira, como se lhe desse um beijo na boca.
Repetem esses gestos amorosos várias vezes, antes da transa, que se dá, enfeitada por um desabrochar de penas.
Transam, com a maior naturalidade, duas, até três vezes. Depois, exaustos, juntam-se num arrulho de realização plena. Nada lhes tira o sossego, após a maravilhosa "cavalgada". Que felicidade!
Os pássaros surpreendem. Vejam a história do passarim Penga divulgada por um jornal de Salvador, em excelente e longa reportagem; história pela qual me apaixonei. E sobre Penga resolvi escrever algumas linhas, começando por dizer quem é esse passarinho que virou notícia.
Penga é uma lavadeira; aquele passarinho preto e branco, que a gente encontra fácial alegrando os jardins das grandes cidades. Penga é apelido. Penga porque perdeu uma de suas patinhas em um acidente, que conto depois.
Penga tem uma história, e Salvador é o cenário. Diz a reportagem, que ele é um empregado de uma conhecida e querida empreiteira baiana.
Apurou o repórter, que Penga "três vezes ao dia (de manhã, no horário do almoço e no final da tarde) bate ponto próximo à recepção" do belo prédio da mais famosa empreiteira baina, que fica numa das mais importantes avenidas da capital soteropolitana, a Paralela.
O passsarim faz isso, está na reportagem, de domingo a domingo, há 16 anos, segundo depoimento colhido junto aos empregados mais antigos da empresa, com os quais ele fez amizade.
Penga, vem de capenga. Como disse, falta-lhe uma de suas patinhas; foi perdida "ao lançar-se - eis a história do acidente - na fachada do prédio da empreiteira... que, espelha uma mata atlânticia de 36 mil metros quadrados".
O grave acidente não fez Penga afastar-se do prédio que escolhera como um lugar do seu coração... em todos os seus bons e maus momentos... Isso é fidelidade...