Ah! brasil velho...
Quando preciso deslocar-me – a lugares distantes, logicamente – utilizo ônibus, o transporte coletivo.
Não é tal transporte dos mais confortáveis, não.
Bem, paciência. Ao menos não pago passagem, pela idade.
E quase sempre sobe alguém.
Para vender alguma coisa.
Escova de dente, fone de ouvido, doces, pipoca, gel, capa de celular – é o que recordo no momento.
Ou somente pedir, solicitar ajuda. Atribuem a dificuldade ao desemprego. São 12 milhões sobrevivendo nessa condição – sem emprego. No país todo.
Querem ajuda para comprar medicamento, pagar aluguel, e principalmente comer. A fome não espera.
O mundo é assim – enquanto tem alguns com mesa farta, do bom e do melhor, outros estão entregues à própria sorte.
Outro dia dois jovens subiram (no ônibus). Vendiam docinhos.
Um contou sua história: tinha deixado o presidio, precisava sobreviver, por isso estava ali, num trabalho honesto.
Alguns compraram seus produtos – eles desceram. Mais na frente sobe um rapaz, com um menino.
Disse ser argentino, e já há 16 anos no Brasil. Apresentou o garoto como filho dele.
Disse: ---- Bom dia, pessoal.
Alguns retribuíram o “bom dia”
Continuou: ----- Este menino é meu filho, tem 9 anos. Estou com ele porque a mãe é alcoólatra. Peço ajuda àquelas pessoas de bom coração, serve qualquer valor, dez, vinte, cinquenta centavos.
Dei a ele 2 reais. Fico imaginando: Para onde vamos com tanta pobreza, mendicância?
A gente anda nas ruas e lá estão os miseráveis, jogados sobre calçadas, praças, famintos, molambos, entregues à própria sorte.
Isso num país onde em cada esquina tem uma igreja, um povo religioso ao estremo com, o é o brasileiro.
Todos os dias a rotina é essa, um exército de párias, desempregados, ex-presidiários, lutando pela sobrevivência.
Fora aqueles atirados nos cárceres, nas penitenciárias, e com poucas perspectivas de socialização.
Mas, não percamos o otimismo. Confiemos em Deus, pois as nossas autoridades mais atrapalham que ajudam. Ah! Este nosso brasil….