Vida de imigrante.
Dizem que para se alcançar o paraíso devemos passar antes pelo purgatório.
A falta de respeito e de ética profissional permeia em alguns restaurantes de Coimbra, não estou falando de qualquer birosca e sim de restaurantes conceituados.
Sento-me para jantar, a minha mesa está de frente para a cozinha do restaurante, no interior da mesma só trabalha imigrante, claro, mão de obra barata.
O dono, um homem horroroso, grosso, amargo, mal amado sem paciência alguma para ensinar.
O rapaz imigrante tentando agradar, mas com este homem não há conversa, ele humilha, chama o empregado de preguiçoso e faz comparações dizendo: “Isto aqui não é a tua terra!”
Como se não bastasse o brutamontes senta-se numa mesa próximo da minha, pois o restaurante já estava quase para fechar, ele pede uma cerveja e faz o imigrante sair de dentro da cozinha para servi-lo, o rapaz novo na casa dos 23 anos, sorridente, pois a idade ainda lhe permite sorrir com esta situação, traz a cerveja na bandeja e ele mais uma vez o crítica rindo, dizendo que ele está segurando a bandeja como um “paneleiro” e que ele tem que ser mais rápido no serviço.
Após isso aparece um outro funcionário e se aproxima da mesa do poderoso chefão, como não tinha cadeira ele fica de cócoras com os braços em cima da mesa, esse funcionário é o típico babão e fofoqueiro, dono de uma pobreza de espírito sem igual, o mesmo começa a falar mal dos colegas de trabalho e principalmente do imigrante pessoa da qual ele não suporta talvez por ser melhor do que ele.
Após as críticas do funcionário babão, o brutamontes que nem se expressar sabe, chama o imigrante da cozinha mais uma vez e lhe ordena que transporte uns dez barris de cerveja de um local para outro e a dizer para ele fazer aquilo rápido e que deixasse a preguiça em sua terra.
O rapaz tímido e com medo respondeu: “Estou cá a trabalhar já fazem 10 horas”
O poderoso chefão disse: “Não reclames pois na tua terra nem emprego tens!”
Foi a gota d’água para eu pagar a conta e ir embora!
#VS.