A polêmica morte do cavalo* (24/07/2019)
O imperador Calígula, teve o seu cavalo de estimação nomeado senador de Roma. Incitatus ainda foi cogitado para ser Cônsul, o que não aconteceu devido à morte do seu dono, pela guarda pretoriana.
Pois bem, a sessão da Câmara Municipal de Patos, na última terça-feira (23), foi marcada por uma discussão também não muito convencional: - a culpa pela morte de um cavalo.
Entendamos o caso: um vereador filmou o animal agonizando no curral municipal e jogou as imagens nas redes sociais, cobrando providências da prefeitura, tais como: cuidados, alimentação e água para os bichos apreendidos.
Na tribuna, esse mesmo vereador acusou a secretaria de agricultura de ter sido negligente, e que iria formalizar uma denúncia junto ao ministério público.
Um pouco mais cedo, a Polícia Rodoviária Federal havia declarado que o cavalo já estava debilitado quando foi recolhido pelo caminhão boiadeiro. Mas, não adiantou muito. Aquela morte tinha que ter nome e sobrenome.
Não aponto o dedo para os vereadores, pois é dever deles fiscalizar e cobrar ações do governo, conhecendo e encaminhando os anseios da população, dentro de um comportamento ético, eficiente e transparente.
Muito menos, ignoro o direito dos animais à existência e à proteção contra maus tratos. Mas, o nível do debate... - Que foge das discussões em prol das leis que favoreçam uma causa legitima e vira um episódio político de ódio e revanchismo.
A espetacularização não faz aumentar o interesse pelo parlamento.
Por ser considerado o mais democrático dos poderes, as câmaras de vereadores devem aproximar as pessoas através de ações que estimulem a cidadania, refletindo o que pensa a opinião pública.
“O poder legislativo pertence ao povo e não pode pertencer senão a ele”.