O contar dos sonhos

Para o meu Chico

Hoje o dia amanheceu com uma cor diferente, o sol vagueia como uma melodia que transporta para o coração aquilo que a boca não traduz. Talvez sejam alucinações de quem passou a noite pensando no poeta das pequenas coisas. E já que fazer poesia é também sonhar, transportar-se para um mundo não palpável e trazer de lá eloquência para a alma, ora, isso tudo me fez pensar não apenas em Quintana, mas no quanto os sonhos do nosso dia-a-dia nos fazem ver a vida de uma forma diferente.

Ariano Suassuna já dizia que nossa existência talvez seja deveras trágica e, ao tentar encontrar um escapismo para tão desregrado destino, nos restariam apenas duas saídas: “O sonho e o riso”.

A arte do riso me escapara do destino, deixo-a para Suassuna, que a faz com grande majestade. Já os sonhos, estes são operários assíduos na vida de todos nós, são eles que, na maioria das vezes, nos dão força, já nascem, impreterivelmente, conosco, mesmo que não percebamos sua constante presença. E, assim como as flores brotam de pequenos botões, não muito agradáveis aos nossos olhos primitivos, os sonhos também brotam em nosso interior, é algo que não se ensina, apenas nasce e isso basta como combustível para nossa existência.

Aquele que não sonha sente um vazio enorme dentro de si, pois não possui motivação. Portanto, para as novas (ou continuação) etapas da vida, possamos encher nossa vida de sonhos, para que a nossa caminhada se encha de flores brotando a cada passo e assim possamos espalhar poesias e cores para aqueles que ainda não acreditam no contar dos sonhos.

Zilmara Sooares
Enviado por Zilmara Sooares em 04/08/2019
Reeditado em 04/08/2019
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