ELEITOR CONSCIENTE
Nós, brasileiros, temos que aprender a sermos “Eleitor Consciente”. Quando votamos em algum candidato – quer na esfera executiva ou legislativa, – não podemos nos comportar como a maioria dos brasileiros que alguns meses depois não se lembra mais em quem votou.
Ao depositar nosso voto em alguém, não significa que estamos assinando um contrato ou um cheque em branco. Significa que concordamos solidariamente com um programa de governo.
Assim, se o candidato for eleito, devemos vigiá-lo. Ele tem um compromisso conosco. Além do mais, temos que entender que político não é autoridade. Autoridade somos nós eleitores. Eles são nossos empregados, vivem do imposto que recolhemos, e, como tal, torna-se imprescindível que nos prestem contas de seu desempenho.
Então, vejamos o caso do nosso Presidente. Sem dúvida, o apoiaremos incontestavelmente na prática de medidas que nos levarão ao progresso da pátria amada, como a abertura da economia ao exterior, as reformas previdenciária e tributária, a reorganização da máquina pública pesada e ineficiente.... E por aí vai...
Entretanto, a vitória na eleição não lhe outorga poderes ilimitados para fazer o que quiser. Ele deve estar ciente de que não lhe é permitido cometer nenhuma besteira, pois estamos vigilantes e iremos cobrá-lo. Bater palmas para atos que julgamos incorretos seria fanatismo da nossa parte. Estaríamos agindo de forma semelhante a maioria dos petistas que clamam por Lula livre, mesmo sabendo que o homem já foi condenado em várias instâncias.
Para esclarecer melhor, citaremos apenas duas atitudes que não recebem a concordância de parte expressiva de quem o colocou lá:
Primeiro, querer enfiar um filho seu como embaixador dos EUA é demais. E, por favor, tenham a santa paciência. Não tentem me passar a conversa dizendo que embaixador pode porque é cargo político e não público. Isso é o mesmo que me rotular de eleitor tolo. Acho até que ele irá conseguir porque é legal... No entanto, é imoral... E nós o elegemos em nome da moralidade. Na campanha, o senhor Presidente antecipou a nomeação do competente Paulo Guedes para assumir a pasta da Economia, o íntegro juiz Sérgio Moro na função de ministro da Justiça, além de tantos outros nomes. Mas não apresentou seu filho como embaixador.
Outro fato que nos deixa perplexo e se configura uma piada é anunciar que indicará para próxima vaga de Ministro do Supremo um evangélico. O que tem a ver religião com um posto de tamanha importância. Entendo que a indicação deve recair em um juiz experiente e honrado, independente de credo. Nada contra a escolha de um crente, porém essa condição jamais será um pré-requisito para tal.
Então meu Presidente, continuamos a apoiá-lo no esforço de recuperar nosso país, tirando-o do caos econômico e social em que nos enfiaram.
Agora, não faça nenhuma bobagem. O Brasil não pode se dar ao luxo de errar de novo. Ponha na cabeça que sua liberdade de ação está limitada ao que nós pactuamos. E tenha certeza de que da mesma forma que o aplaudiremos, iremos às redes sociais lhe dar puxões de orelha, se necessário for. Afinal o senhor não foi eleito por fanáticos, mas sim por eleitores conscientes.