Noel e o Batuque
Acho que ninguém pode e nem deve desdenhar da educação, da cultura, do conhecimento. Mas tampouco pode e nem deve relevar ou esconder a cultra do povo, a cultura eminentemente popular, os saberes adquiridos por gerações, passados adiante, aquilo que é uma das mais importantes peculiaridades do povo.
Tudo bem, é preciso investir na cultura superior, erudita, precisamos disso e também no tocante à tecnologia. Mas que se preserve a cultura popular e, reito, as peculiaridades do povo em cada regão.
A mim causa revolta quando constato qualquer ataque ou arranhão à cultura popular. Ora, isso descarateriza um povo, uma nação, viola usos e costumes, jeito de ser, caráter. Acredito que se pode conviver tranquilamente com os novos costumes e avanços da ciência. O Japão faz isso, e muitas outras nações. Por que não podemos fazer o mesmo?
Que se entenda que desestimulando a cultura popular se está castrando a criatividade e talento do povo. Geralmente os que combate a cultura popular, os brucutus da moda, são pessoas sem talento e nem criatividade, são uns obtusos., meros robôs e marionetes da moda e do mercado consumista. Nada como lembrar o verso de uma antológica música de Noel Rosa: "Batuque é privilégio, ninguém aprende samba no colégio". Viva a cultura popular. Inté.