Com pouco se faz muito
Preparei uma reunião para cerca de 20 pessoas. Vieram três. Foi ótimo assim mesmo. A gente nunca sabe o rumo que as coisas tomam, e o bom é embarcar no bom rumo. O papo engatou, abrimos duas garrafas de vinho, e tudo terminou tão bem que eu até me esqueci da obssessão que marcou a escolha da trilha sonora dessa reunião, esperada há uns dois meses: tinha de ser um vídeo do Eric clapton com a presença de BB King, do qual vi uns trechos numa discoteca. A princípio me recusei a comprar o DVD duplo, por que a loja queria cobrar R$ 164,00. Absurdo!!! Esperei dois meses, e o preço baixou para R$ 100, em duas parcelas de R$ 50,00. Vá lá! Eu queria receber os amigos dentro de um clima absolutamente pra cima.
Bom, o fato é que não veio quase ninguém: um adoeceu, outro estava estressado, outro teve problema familiar, etc, etc, etc. Fazer o quê? Com pouco se faz muito. Os três que vieram se fizeram muitos, conversas e emoções se multiplicaram, a sala ficou pequena e a noite também. Abandonaram-me com um resto de vinho e sairam tagarelando pela calçada. Amo essas pessoas.
No final, olhei para o móvel da TV. Lá estava, intacto, dentro da embalagem, o DVD duplo do Eric Clapton com participação especial do BB King. Juro que durante a noite toda eu nem me lembrei que passara dois meses obcecado por esse vídeo. As coisas mudam de rumo. O que é importante num momento, torna-se nada logo depois. Mais tarde volta a ter importância, mas aí já é outro momento. Se a gente não entende isso, pira, sabia?
beijo-tchau (01:00)