Ao balde, e não embalde
Anda frouxa a válvula do sanitário de meu banheiro. É da marca Hydra
e deve datar da construção do imóvel que há de ter mais de trinta anos. Balzaquianos, ambos.
Ivan Lins, em bela balada, já nos prevenira sobre os mais de trinta anos, mas se não me engano, ou encano, referia-se a pessoas, e não a objetos inanimados. Mas será a válvula, pelo menos, inanimada?
A verdade é que em matéria de válvulas, sobretudo as de sanitário, a dúvida é o que mais abunda. Não sei se é o caso de regulação, de reparo, ou de troca - sem troça, mas com troço...e ainda acresce que estou para devolver o apartamento à proprietária que, avisada em prazo razoável e contratual, não só lamentou minha saída, por pagador em dia ao longo de quase um lustro completo, para em seguida sinalizar que quer receber o imóvel pintado e com todas a luminárias em funcionamento.
Não falou das descargas, e tampouco dei-me à pachorra de trazer o caso à baila. Afinal, no original do contrato - de que estou ainda à busca - não me ocorre que conste tal inciso - por sinal, tão necessário quanto impreciso. Sem muita margem para o improviso.
Enquanto isso, obra completada - que mal durou a leitura de dois capítulos de Dom Casmurro, de Machado - miro, desolado, o desempenho cada vez mais broxante da Hydra, que de lerna, passou a ser de lerda...
E com aquela lembrança dos tempos quintalícios, onde qualquer moita servia à comunhão com a natureza, recorro-me ao balde. E não embalde...