"NÃO QUE TALVEZ NÃO FOSSE"
Em dois mil e dezoito, a seis dias das eleições presidenciais, Moro tornou público os termos da delação de Antonio Palocci anexando os temos aos autos de uma delação da Lava Jato. Mesmo com dúvidas sobre a veracidade da delação, ela podia representar uma quebra na estrutura petista e ajudar Bolsonaro a se eleger.
Os procuradores criticaram o ex-juiz através do Telegram: Paulo: "Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a ormetá (termo utilizado pela máfia) petista". Laura Teesler: "Não é só difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele...padrão Delcídio".
Welter: " O melhor é que ele fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja. Não que talvez não fosse".
Com esse vazamento não tem mais como manter de pé a acusação contra Lula e a narrativa de que não houve fraude na eleição passada.
Os procuradores sabiam que não havia mais nada para extrair das delações mentirosas de Palocci, mesmo assim pautaram a mídia com falsas acusações para prejudicar a eleição de Fernando Haddad.
As revelações do The Intercept BR mostram que Palocci não tinha nada a entregar ao Ministério Público, que assinalava que abandonaria as negociações com ele.
Sergio Moro trabalhava em causa própria, pensava na indicação ao Ministério da Justiça como veio a acontecer. Usou a Lava Jato em benefício próprio.
Fica claro que, nas conversas privadas, os procuradores concordavam com a defesa de Lula, que a delação de Palocci não provada nada, e que a de Léo Pinheiro foi extraída na pressão para condenar Lula..
Ricardo Mezavila.