DESPREZÍVEL PÚBLICO!

O Brasil virou uma turnê de saltimbancos no sentido negativo, não aquela trupe que se apresenta em locais públicos para divulgar seu trabalho e levar entretenimento ao povo, mas uma infusão de canalhas, hipócritas e velhacos..

Para a apresentação desse grupo não é preciso lona, só ilusionistas, malabaristas, domadores e equilibristas. Os picadeiros intermediários são o Facebook, o Twitter, o Youtube, o WhatsApp, mas os principais são a Folha, O Globo e o Jornal Nacional.

Os cabaretiers são os Mervais e as Mirians de plantão, também conhecidos por Mainards e Cantanhêdes; os capatazes usam microfones, câmeras e leem as ordens ditadas pelos adestradores.

Acostumados ao ilusionismo, o público desse tipo de espetáculo absorve, é cooptado sem qualquer compromisso com a verdade, é aliciado e reproduz aquilo que fizeram que acreditasse, conecta-se mediante o estalo do chicote do domador.

Sem perspectivas, ele aplaude quando as cortinas descem para uma pausa, uma troca de cenário, uma inclusão de pauta. Quando o espetáculo recomeça o público, que passou o intervalo mastigando ilusões, se empodera e vai embora pensando que faz parte daquilo, que pode ser como o equilibrista, mas sua alma é de palhaço.

E assim, o inocente espectador senta e esquece seu protagonismo, passa a aceitar leis que contrariam seus objetivos, apoia o vilão e ama seu algoz. De olhos fixos nos malabaristas, não percebe que estão lhe roubando os direitos, estão levando embora seus sonhos, destruindo seu futuro.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 25/07/2019
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