NAVIOS IRANIANOS EM ÁGUAS COLONIZADAS
Os navios Bavand e Termeh, da empresa iraniana Sapid Shipping, estão apresados no porto de Paranaguá no litoral do Paraná, desde o início de junho. Os navios chegaram carregados de ureia, que é usada para fazer fertilizantes. Eles deveriam retornar ao Irã com cento e dezesseis mil toneladas de milho brasileiro. O país é o maior comprador desse produto brasileiro e está entre os maiores importadores de soja e carne bovina do Brasil.
Mas, por que as embarcações não zarpam de volta? Por conta de represálias dos EUA caso a Petrobras abasteça de combustível os navios carregados, pois o Irã sofre sanções impostas pelos EUA. Em nota, a Petrobras disse que: “Caso a empresa venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, o que poderia ocasionar graves prejuízos à companhia".
O presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear assinado em 2015 pelos dois países, com a participação da Rússia, China, Reino Unido, Alemanha e França. A partir disso, impôs uma série de sanções ao Irã e a empresas iranianas. A Sapid Shipping conseguiu uma liminar para o abastecimento dos navios, porém, a decisão foi derrubada por Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão sobre a questão será tomada pelo colegiado da Corte, que não tem data definida.
Essa tensão, nada paroquial, fortalece e evidencia aquilo que todos nós, do campo progressista, vínhamos interpretando e que está de fato acontecendo: O Brasil já é Colônia dos Estados Unidos da América!
A nova ordem geopolítica coloca o Brasil na periferia do sistema capitalista mundial. A economia brasileira é servil aos interesses do império e, em virtude disso, passa a ser caracterizada pela mera produção de mercadorias e pela escravidão, o que impede o desenvolvimento de sua extraordinária economia doméstica.
Com as sanções e as ameaças os EUA dificultam a vida de seus desafetos e, de quebra, impedem o crescimento de um país rico como o Brasil, que no tabuleiro dos acordos internacionais passa a ser apenas o ‘peão’, e ainda se submete a ficar de joelhos com seu representante máximo perseguindo a humilhação, ‘abrindo as pernas’ e destruindo toda uma história recente de conquistas, respeito e diplomacia soberana.
Ricardo Mezavila