FREIO NA LÍNGUA. PALAVRAS. NOSSAS FALTAS.

Não conheço nada melhor em termos sacros, evidentemente guardadas as Santas Escrituras - FEITAS PELOS HOMENS, COM INSPIRAÇÕES MAIS NOBRES, sempre bom ressaltar - que a CARTA DE SÃO TIAGO.

"A chicotada produz um ferimento, porém uma língua má quebra os ossos. Muitos homens morreram pelo fio da espada, mas não tantos quanto os que pereceram por sua própria língua." (Eclo 28,21-22). É assim o Eclesiástico.

Línguas cheias de maledicência, de intriga e de difamação, campeiam entre os homens. Não existem freios, e essa oralidade se materializa de forma impressa; nas palavras. Os governantes, mais do que ninguém, necessitam, se não têm, vigilância no que dizem e manifestam.

De que vale professar princípios de Deus, formar exércitos em nome de Deus, e não seguir Sua vontade de paz. Não devem dar azo os governantes a enfrentamentos que desgastam seus títulos, provocando a ira de alguns também sedentos de acionarem a língua que faz nascer discórdia.

No Antigo Testamento há diversas passagens advertindo sobre o problema das "línguas de fogo" que queimam a reputação e proporcionam transtorno à paz alheia. A extensão deste mal é tão nefasto que, segundo São Tiago, “se uma pessoa se diz fiel a Deus e não controla a sua língua, a sua religião é vã”. (Tiago 1,26) Em contrapartida, quem procura ser sensato em tudo o que diz está no caminho da perfeição:

"Se alguém não cair por palavra, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. Quando pomos o freio na boca dos cavalos, para que nos obedeçam, governamos também todo o seu corpo. (...).”

É como uma pequenina chama que pode incendiar toda a floresta.

Também a língua é um fogo, um mundo de iniquidade. A língua está entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e sendo inflamada pelo inferno, incendeia o curso da nossa vida.

Vigiai o que se fala e corre o mundo, para que não torne esgotado o que tem a dizer de bom e secunda sua missão. Todos nós temos uma missão, impõe-se não negá-la nem esvaziá-la. Ela nos foi dada por uma força superior.

Não viemos em vão, não somos uma piada, como dizia Eisntein, se fôssemos só matéria. Somos principalmente alma, que dá curso aos nossos atos e condutas, pensamentos, para que depois se transforme a alma em espírito na grande passagem, quando se desprende e vai ao encontro da Verdade.

"...faze uma balança para (pesar) as tuas palavras, e para a tua boca, um freio bem ajustado. Tem cuidado para não pecar pela língua, para não caíres na presença dos inimigos que te espreitam, e para que não venha o teu pecado a ser incurável e mortal." (Eclo 28,29-30)

Não faz mal ser prudente.