Ele, o homem!
Ele, o homem!
Derramava charme e elegância por onde passasse. Seu sorriso que se abria para uma dentição perfeita como ele tornava-o muito simpático. Era, claro, o centro de todas as atenções. Não havia olhar que não se fizesse direcionar para ele.
Quando o conheci, já não era um jovenzinho. Era um homem maduro, bem formado, de constituição física forte. As mãos eram perfeitas e as coxas, grossas e esportivamente esculpidas. A idade só lhe fazia bem.
Era casado e tinha um casal de filhos, jovens adultos. Era religioso, meigo, suave e belo; infinitamente belo. Sedutoramente belo!
Seu hobby era praticar esportes como corrida e bike. Daí, as coxas musculosas e torneadas e os braços fortes.
Sua esposa adoeceu e os diagnósticos eram seguidamente mais sombrios. Apesar das muitas lutas, não resistiu. Ele ficou viúvo.
Nos primeiros meses, sua beleza ficou enevoada pelo luto, mas com o passar do tempo, foi ressurgindo. Vestia roupas elegantes e justíssimas que delineavam a perfeição de seu corpo. Perdeu o inchaço e o excesso de peso acumulado ao longo da enfermidade da esposa.
A decisão de reformar a casa marcou o encerramento do luto. Seu comportamento começou a mudar. A sobriedade se foi rompendo e a metanoia já dava sinais de que a transformação era irreversível.
Trocou todos os armários e passou a viver sua nova identidade. E sempre belo!