Sempre é hora de falar no Nordeste
Em várias ocasiões ouvi frases infelizes como “deveríamos vender o Nordeste” ou “o Nordeste só nos dá despesa”.
Obviamente são pensamentos de quem não conhece o Nordeste e não tem nenhuma noção do que seja Nação.
Mas, além da alienação de muitos, os grandes inimigos dessa rica parte do Brasil são os políticos, nordestinos ou não.
Nunca o Brasil se preocupou de fato com o Nordeste, para livrá-lo do estigma de eterna região pobre.
Quando nas campanhas de candidatos à Presidência da República eles diziam: “vou comprar X caminhões pipas para ...”, na verdade eles queriam dizer: “quantos votos vocês podem me dar por cada caminhão pipa?”. Eles não estavam demonstrando preocupação em realmente resolver a situação.
No dia que o nordestino tiver a toda a água que necessita dentro de sua casa e tiver uma atividade que lhe propicie rendimento para uma vida digna, ele fará sua independência política e isso não interessa nem um pouco aos políticos.
Nos últimos dias, graças a mais uma fala infeliz de nosso Presidente Língua Solta, iniciou-se uma “rasgação de seda” com os nordestinos de dar dó (nos autores).
Sabemos muito bem que o nordestino tem vocação para as artes, como artesanato, música e letras, graças a sua sentimentalidade, ao amor a sua terra e também com a convivência com a dureza da vida, mas esse atributo e a sua resistência natural lembrada por Euclides da Cunha na frase “O sertanejo é antes de tudo um forte”, não devem ser usados como capa para mantê-lo como um povo à parte, nessa que deveria ser a grande nação Brasil.
Vamos parar de fingir que preocupamos com o Nordeste.