José Aires de Mendonça, meu poeta e meu amigo
Entre o ano de 73 e setenta e quatro, eu estudei no colégio estadual por alguns meses e ali conheci o poeta José Aires de Mendonça que se tornou meu amigo e meu mestre. Eu estava começando a cantar repente e muitos gêneros da cantoria eu não dominava e nem sabia fazer. Foi com o poeta José Aires que eu aprendi a cantar galope beira mar o martelo e muitos outros gêneros da viola. O poeta paraibano se tornou meu grande amigo e logo passeia a frequentar a sua residência e muitas vezes cheguei a almoçar na casa dele juntamente a sua família. Fiz versos com Zé Aires, viajei com ele e sempre o respeitei como um grande menestrel, no entanto o povo ignorante não dava muito valor ao repente do grande cantador, alegando que o poeta não tinha voz. José Aires de Mendonça trabalhou muito tempo no colégio estadual e tinha como bedel ali várias funções que ele as cumpria com todo respeito. Minha passagem naquele colégio foi pouco tempo, contudo valeu a pena porque conheci uma pessoa boa, um cidadão que se tornou meu amigo e grande admirador do meu improviso. Nunca esqueci do meu poeta José Aires pelo respeito que tinha a mim e sobretudo a minha conduta de cantador popular. Eu li sempre versos dele e ficava bastante admirado com a métrica perfeita e a maneira autentica de narrar assuntos do sertão. Depois que o meu amigo poeta José Aires morreu, não encontrei mais um amigo a altura dele um poeta que recitasse versos de Pinto do Monteiro, de Mané Filó e de Jó Patriota e muitos outros gênios com quem ele duelava no estado da Paraíba a sua terra natal