POR DETRÁS DESTE MUNDO GRANDE E MISTERIOSO
Muitos de nós fomos educados em meio ao seio familiar nas cidades pequenas sem muitos recursos, ou vilarejos e talvez em meios rurais afastados dos grandes centros. Pode até ser que alguns tenham nascido nos polos urbanos de sua região, mas imediatamente retornaram ao seu seio familiar na cidadezinha. A cidade grande de origem pode ser que esteja somente na carteira de identidade ou na certidão de nascimento. Lado outro, temos compreendido a importância de termos convivido com os nossos antepassados - avôs, tios e primos mais velhos, por exemplo. Essa convivência naquele meio familiar, comunidade pequena, naquele vilarejo sem que percebamos, nos marcam com tantos valores que são aprendidos e nos trazem muitos ensinamentos que serão importantes por toda uma vida.
É verdade que por vezes muitos de nós mesmo vindos do interior de seu Estado, de seu país almejamos crescer como pessoa, cidadão, como profissional que irá poder contribuir com a sociedade de alguma forma. Então durante a mocidade quando vislumbram esse desenvolvimento humano, saem de seu canto, do ambiente familiar para alçar voos e descobrir o que há por detrás desse mundo grande e misterioso. Uns têm em mente que a vida fora do olhar de sua família seja simples, fácil e continuar a lida não será complicado, pois creem que já trazem consigo todos os ensinamentos e a maturidade para enfrentar o dia a dia. E é nessa hora quando o cândido rapaz ou moça se encontra com a realidade, percebem o quanto era amado, o quanto a vida era natural, o quanto os pais e toda a família foram o alicerce para galgar novos rumos e novos ares. É nessa falta, que alguns de nós, até por vezes ingratos, sentimos o enorme vazio que há sem o som, sem a presença, sem até a repreensão que pai e mãe cometem para que os filhos possam compreender a vida e possam se fortalecer nas dificuldades que se apresentarão nessa daí p’ra frente. E por que não dizer que cada “não” que os pais dão são muito mais um “sim” ao fortalecimento espiritual, psicológico e postural que o filho assumirá longe deles nos grandes centros urbanos.
Não sem razão o interior em que muitos de nós nascemos demonstra grande importância em nosso caminho, pois é lá que nos formamos como pessoas e cidadãos. Lá aprendemos a nos defender. Foi lá que iniciamos o nosso pensar, o nosso raciocínio e passamos a ver o outro como alguém diferente, mas que nem por isso são pessoas avessas a nós. É lá que começa o respeito à diversidade, que inicia o respeito e a compreensão para a tolerância. O nosso eu é formado e passamos a compreender que muitas vezes uma barreira que enfrentamos na infância e na adolescência poderá ser a potencialização para uma ação bem sucedida no futuro. Em que atuaremos e responderemos com coragem, força, fé e decisão em busca daquilo que almejamos para nós e para os que nos rodeiam.