CRÔNICAS
O MUNDO ANTES E DEPOIS DE HITLER
Pouco se sabe, na atualidade, sobre as concepções de Hitler, a não ser, o socialismo de Estado, e, o ideal da raça ariana. Na verdade, para ele, o Estado socialista é um meio, e, não um fim de se alcançar a pureza de uma raça, sem a mistura com outras raças, o que, segundo suas ideias, seria nocivo ao desenvolvimento e a cultura, como instrumentos da pureza para a concretização, de um povo com uma só língua, como ele apregoava nas suas cartilhas.
Diz Hitler, no seu livro “MINHA LUTA”: “As fronteiras abertas, a vizinhança de elementos não germânicos nas fronteiras, e, sobretudo, a corrente contínua de sangue estrangeiro no interior do império, não dão tempo a uma fusão absoluta, desde que, a invasão continua sem interrupção. Não se formará uma nova raça, mas as diferentes raças continuarão a viver umas ao lado das outras”.
O Estado proposto por Hitler deveria reunir todos os alemães com a finalidade não só de selecionar os melhores elementos raciais e conservá-los, mas, também de elevá-los, lenta, mas firmemente, a uma posição de domínio. A sociedade concebida por ele não é partidária do Estado, mas, o fim em que o Estado mesmo devesse bancar, como um meio, (político?) talvez...
Analisando essas premissas do “Fuhrer” percebe-se, que, suas ideias constituíram-se num divisor de águas, no pensar o modelo de uma raça para a qual o Estado germânico serviria, mas, que não deu certo e o pós Hitler dos Estados Nacionais da atualidade.
Vamos então, pensar o Brasil, desde a sua concepção, no seu nascimento em 1500, descoberto pelo português Cabral.
Entendemos aqui, que há uma razão relativa, das afirmações hitlerianas, quando ele analisa e afirma, sobre um Estado, que, serve e é subjugado como instrumento (meio) do fim para o qual se destina: A RAÇA ARIANA falando uma só língua, com uma só cultura, e fortalecida pela unidade de propósitos, segundo suas capacidades operativas competentes nas gestões dessa cidadania...
Isto posto, e, transposto no caso brasileiro, vemos que existe uma certa semelhança retórica, uma vez que, o Brasil, foi um produto de miscigenação (mistura acentuada e gradual) de raças, línguas, costumes, estilos culturais, com características de atrasos e baixos níveis, como pregava Hitler na sua concepção de pureza de uma raça.
A partir de Cabral, e, durante todo o processo de colonização do Brasil, foram chegando escravos trazidos para trabalhar nas fazendas... Aqui havia uma população indígena, que, miscigenou com brancos, e, negros dando origens aos cafuzos... O Brasil, então, nasce nessa confusa formação de um povo sem unidade cultural, de língua, de diversos costumes, com trabalho escravo, e baixa formação cultural.
Reportando esses princípios na retórica de Hitler, o Brasil é um exemplo típico, que não daria muito certo, para o sonho de uma nação integrada e centrada naqueles ideais de “pureza da língua, da cultura, e do modus pensantes, o, que, não faz muito o gênero dos brasileiros, com farto cabedal de erros políticos, e de uma sociedade ainda ignorante, segundo sua cultura, e, o que é pior, sem uma definida cultura política o que a leva aos currais eleitorais, o que, tem propiciado a endêmica corrupção na esfera política de seus governantes.
Para os conceitos de Hitler, o povo brasileiro, não é um cidadão, mas, um “súdito do Estado” a trabalhar e produzir conforme esse Estado opressor determine suas regras no jogo de poder político.
Outros fatores podem ser compreendidos e aceitos nas concepções de Hitler: O Brasil nasce de uma “colonização”, e, a palavra já explica tudo – Colonização na forma como aconteceu nestas plagas, foi subjugação e opressão portuguesa, ávida pelas conquistas e comercio pelos meios de navegação. Foi um custo alto para a nossa definição de Estado Nação... O Estado brasileiro nasce defeituoso, penso e propenso a um Estado cobrador de altos impostos (vide Tiradentes e a Inconfidência)... Enquanto o trabalho escravo proliferava, e, as riquezas (ouro, pedras preciosas, pau brasil) eram roubados das terras brasilis!
O Estado brasileiro, não recebeu um lastro de cultura como foi no caso dos USA com relação de sua colonização inglesa! (Vide a diferença na atualidade)... Diferença cultural, econômica e étnica, em que pese a invasão de estrangeiros, na sociedade americana, como exemplifica Hitler nas suas premissas quando quer promover a presença de um Estado MEIO e de uma sociedade FIM.
Por fim, as premissas hitlerianas de um Estado submisso à uma raça pura (ariana), com unidade de língua, de cultura, inteligente, e com capacidades criadoras, podem bem, ser analisadas e encaixadas na realidade do Brasil, desde seu descobrimento, com, consequentes efeitos na atualidade da vida do Estado brasileiro, cujo cidadão, é oprimido pelas elites políticas quando, deveriam ser submissas a um Estado MEIO e não FIM!
Jose Alfredo - jornalista