Dia do Rock
Em meados de 1984, o cantor e compositor Bob Geldof utilizando-se de seu prestígio como músico juntou-se a nomes importantes da música como Bono Vox e Paul McCartney para gravar um single intitulado “Do They Know It’s Christmas?” e utilizar a arrecadação com as vendas para minimizar os efeitos da fome na Etiópia. Sua atitude foi seguida pelos artistas Michael Jackson, Stevie Wonder e Lionel Richie que lançaram alguns meses depois a música “We Are The World” com o mesmo objetivo.
O próximo passo foi realizar um concerto de caridade intitulado "Live Aid" realizado no dia 13 de julho de 1985 com o mesmo foco, aplacar a fome na África, mais especificamente na Etiópia que passava por uma crise humanitária. O evento teve duração de 16 horas e ocorreu quase simultaneamente em Wembley, Inglaterra e JFK Stadium Estados Unidos e contou com uma quantidade de artistas nunca antes reunida em torno de uma ideal comum que contagiou a todos os envolvidos no evento.
Monstros do Rock como Queen, U2, David Bowie e Paul McCartney subiram ao palco na Inglaterra, enquanto que Bob Dylan, Led Zeppelin, Mick Jagger e Black Sabbath tocaram nos Estados Unidos. O concerto não se resumiu a um evento de rock, mas dados os desdobramentos que levaram ao acontecimento este dia ficou conhecido no Brasil como o Dia do Rock. Naquele tempo as doações eram feitas por telefone e segundo os dados atualizados, a arrecadação ficou em torno de 150 milhões de libras.
Durante uma das apresentações o músico Phill Collins da banda Genesis declarou aquele dia como o “dia do rock”. Porém, a data só é comemorada por aqui graças a duas rádios paulistanas que popularizaram o evento em suas transmissões durante a década de 1990 tornando a data reconhecida no Brasil inteiro. Somente com o tempo essa data está sendo admitida por outros países do globo que tem outros momentos históricos do rock como referência para essa comemoração.
Mas, o que importa nisso tudo é o caráter do Rock como gênero musical popular que surgiu ainda na década de 1950, a partir do rockabilly, que por sua vez, originou-se da mistura entre blues e country, com uma pitada de jazz, folk e ainda música clássica. Com tantas raízes assim fica fácil entender como esse gênero se disseminou em tantas vertentes e contagia gerações por tanto tempo das maneiras mais variadas, desde os solos melódicos de guitarra aos riffs nervosos, baterias aceleradas e vocais guturais.
Pra quem não sabe o velho rock and roll deu origem ao que conhecemos como garage rock, power pop, folk rock, rock psicodélico e progressivo, glam rock, hard rock, heavy metal, punk rock, new wave, e mais recentemente, pós-punk, rock alternativo, grunge, britpop, metal progressivo e alternativo, indie rock, post rock, nu metal, metalcore, stoner rock, death e black metal, pop punk, e outros tantos que requerem uma categorização mais detalhada.
Mas, o fato é que o rock surgiu como um movimento de contracultura e fazendo ecoar demandas políticas e sociais em suas letras que nos fazem pensar como nas canções “Que País É Este?” (Legião Urbana), “Killing In The Name” (Rage Against The Machine), “Mosca na Sopa” (Raul Seixas), “Refuse/Resist” (Sepultura), “Inútil” (Ultraje A Rigor), “American Idiot” (Green Day), “Polícia” (Titãs), “Boom!” (System Of A Down), “Quem É Você?” (Detonaltas), “London Calling” (The Clash) e “A Minha Alma” (O Rappa).
Se você conhece alguma dessas canções não fique preocupado por estar ficando velho, também está ficando mais sábio ao longo do tempo ao reconhecer nessas letras demandas sociais de ontem e de hoje que precisam ser ouvidas e atendidas! Longa vida ao velho e bom Rock and Roll!