Registro De Silêncios

É que eu ainda pretendia falar do João Gilberto, e do meu chega de saudade. Mas não te parece que tu piscas os olhos e tudo já está em outra direção? Milhões de coisas já aconteceram? Uma rapidez tão recorrente que Bauman certamente teria mais argumentos para defender o amor líquido e os laços volúveis que sustentamos para sobreviver a relações cada vez mais virtuais.

Logo eu, que ando correndo atrás dos assuntos para sustentar as minhas quintas e ao mesmo tempo fugindo de todos eles. Trago um coração meramente aflito essa semana – no jornalismo, na câmara, na minha ordinária insônia. Na bossa. E cá estou: escrevendo.

E aquela minha saudade, quando é que ela morre?

Ainda me conforta perceber as pessoas que estão desse lado e saber que nunca errei em admirá-las. E dói um mesmo pedaço, a decepção.

Tem dias que você só quer deitar no peito do seu ponto de sossego, e conversar pela madrugada toda sobre suas teorias de mundo. Um amor pode realmente morrer?

Ah, essas fontes murmurantes, onde eu mato a minha sede ... Boa noite e boa sorte.

Seguimos nossa rota de colisão. Seguimos com o coração na mão. Tem coisas, que só sai da gente por escrito: SAUDADE DE VOCÊ.

#TextoDeQuinta

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 11/07/2019
Código do texto: T6693516
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