Dia de professor, uma pequena crônica
Olhei em volta e senti um vazio...
Um garoto de boné falava em gírias sobre “50 conto”. Depois sobre “aquele negócio, aberto”. Não havia entendido bem até que alguém o corrige “aberto, regime semiaberto”. Depois ouvi também que falava de um pai estuprador na cadeia e a colega e sua história que se espalhara pelo bairro: “todo mundo sabe, cara”. Depois passou a cantar uma música com expressões de duplo sentido. Então, levanta-se um outro que tinha nome de Apóstolo e sai puxando algo que chamava de carrinho. Ele como se fosse uma criança pequena, mas bem mais alto que eu, era especial.
Que fazer?
Um silêncio dentro de mim como que ecoa num universo intangível.
De repente esboço um sorriso no cantinho da boca que para mim soa como irônico ou desiludido, e penso: “quem poderá me ajudar?”
Rapidamente me pego lembrando do Chapolim Colorado dizendo: “eu, o Chapolim Colorado”. Podia ter rido, mas quase chorei. E sigo em frente. Não estou mesmo num de meus grandes dias.
Escrito em algum dos idos dias de 2014