Aposentadoria: Vida que Segue
Jovem ainda, em torno de vinte e três anos, assumia um cargo de subchefia em seu novo emprego concursado aos vinte.
Professorinha de primeira formação, tinha como público alvo o adolescente.
Agora bancária e universitária, de recepcionista à subchefia em reestruturação organizacional, seu público engravatado e de salto alto, exigia um tanto de perspicácia, observação e uma certa competência.
Passava por treinamentos de vida.
Seu gerente imediato alertava para homens que entravam na Agência quase na hora das portas se fecharem. Os galantes, bem-apessoados, falantes, que desfiavam elogios. Quase sempre, tinham como propósito aplicar um golpe ... um talão cheques nas mãos. Com especial atenção aos meses de dezembro, fevereiro e agosto (Grande Prêmio Brasil de Turfe). Pedra cantada em bingo premiado.
E no treinamento de vida muitas vezes o NÃO se fazia necessário.
O mais complicado de todos, sem dúvidas, o NÃO AUTORIZO, um deles seguido de uma ameaça de morte.
O NÂO com firmeza e fundamento incomodava os engravatados e os saltos altos.
Como naquele dia em que, antecipado pela funcionária que já a havia consultado a chefia, levou a resposta negativa e o engravatado respondeu:
- Foi aquela garota que se negou? Vou à gerência.
Subiu enfurecido as escadas enquanto ela o observava.
Em seguida, foi chamada para esclarecer o imbróglio frente a frente com o cliente.
- Por que não pode?
- Contraria o disposto de tal normativo.
E foi preciso o veredito daquele gerente, simples e curto (ainda bem): se ela disse que não pode, não pode! Pelos motivos por ela expostos, assino embaixo!
Ah, os preconceituosos...
Houve o tempo dos treinamentos orientados e direcionados às novas funções exercidas com passar dos nos. coroado às vésperas da aposentadoria com o NÃO à carteira de identidade falsificada reconhecida na hora e a condução da cliente algemada à Delegacia.
Ainda bem que o SIM da solidariedade, quase assistência social, da educação, até mesmo o da amizade prevaleceu, atestaram os abraços, apertos de mãos, caixinhas de bombons e lembrancinhas de coração.
Tudo passado.
Hoje a aposentadoria segue tranquila e em bom rumo!
Rogoldoni
09 07 2019
Jovem ainda, em torno de vinte e três anos, assumia um cargo de subchefia em seu novo emprego concursado aos vinte.
Professorinha de primeira formação, tinha como público alvo o adolescente.
Agora bancária e universitária, de recepcionista à subchefia em reestruturação organizacional, seu público engravatado e de salto alto, exigia um tanto de perspicácia, observação e uma certa competência.
Passava por treinamentos de vida.
Seu gerente imediato alertava para homens que entravam na Agência quase na hora das portas se fecharem. Os galantes, bem-apessoados, falantes, que desfiavam elogios. Quase sempre, tinham como propósito aplicar um golpe ... um talão cheques nas mãos. Com especial atenção aos meses de dezembro, fevereiro e agosto (Grande Prêmio Brasil de Turfe). Pedra cantada em bingo premiado.
E no treinamento de vida muitas vezes o NÃO se fazia necessário.
O mais complicado de todos, sem dúvidas, o NÃO AUTORIZO, um deles seguido de uma ameaça de morte.
O NÂO com firmeza e fundamento incomodava os engravatados e os saltos altos.
Como naquele dia em que, antecipado pela funcionária que já a havia consultado a chefia, levou a resposta negativa e o engravatado respondeu:
- Foi aquela garota que se negou? Vou à gerência.
Subiu enfurecido as escadas enquanto ela o observava.
Em seguida, foi chamada para esclarecer o imbróglio frente a frente com o cliente.
- Por que não pode?
- Contraria o disposto de tal normativo.
E foi preciso o veredito daquele gerente, simples e curto (ainda bem): se ela disse que não pode, não pode! Pelos motivos por ela expostos, assino embaixo!
Ah, os preconceituosos...
Houve o tempo dos treinamentos orientados e direcionados às novas funções exercidas com passar dos nos. coroado às vésperas da aposentadoria com o NÃO à carteira de identidade falsificada reconhecida na hora e a condução da cliente algemada à Delegacia.
Ainda bem que o SIM da solidariedade, quase assistência social, da educação, até mesmo o da amizade prevaleceu, atestaram os abraços, apertos de mãos, caixinhas de bombons e lembrancinhas de coração.
Tudo passado.
Hoje a aposentadoria segue tranquila e em bom rumo!
Rogoldoni
09 07 2019