Eu e o povo
Eu sou um poeta do povo e fala do povo humilde como eu. Quando eu me refiro a famosa elite é para criticá-la por tudo quanto é maldade cometida por ela em nome dos mais humildes. Eu faço nos meus escritos o que fez o nosso Lima Barreto, a figura mais sublime que já deu a nossa literatura e que muito sofreu por falar do povo e criticar os poderosos. Como ima Barreto eu falo da gente humilde, do povo que não tem como dizer o que sente e nem chegar a lugar algum. A musa do grande escritor deve fazer parte da voz do povo sofrido que não tem vez até hoje neste Brasil mentiroso. Eu posso até não ter o talento do autor de Marginália, no entanto tenho a mesma coragem dele. Não faço uso da minha pena para babar cidadão nenhum e mormente a classe política. O intelectual tem que prestar serviço ao povo quando ele tem caráter e bom juízo. Eu vim do povo e quero morrer perto do povo humilde, da gente que respeita a sentimento alheio e não vive como parasita comendo o que os outros fazem. Quero morrer como nosso Lima Barreto, pobre contudo falando do povo humilde como ele realmente falou. O autor de Cemitério dos Vivos, foi alcoólatra, no entanto foi também um cidadão íntegro e o nosso melhor romancista de todos os tempos. Lima Barreto tinha como escopo o povo, a classe mais humilde, a classe da qual ele fazia parte como escritor popular e mulato. Quanto mais eu leio Lima Barreto mais eu sinto vontade de escrever falando do nosso povo sofredor, de um povo que vive como escravo de um regime podre, um regime de governantes medíocres, governante que não têm moral pra si no entanto querem dar moral aos outros. Como o nosso Lima Barreto eu defendo o povo humilde deste Brasil injusto, que escraviza o seu povo até a morte.