Pequenas histórias 187
A todo instante
A todo instante cai uma lágrima dos olhos da alma
A todo o momento a lágrima desliza pelo descampado rosto
E repousa no teu colo aveludado
A todo instante
A todo o momento
Recolho a lágrima na concha da minha mão
E sorvo sua consistência para dentro do meu corpo
Corpo que reclama o seu
O seu aveludado e adocicado
Que transpassa o meu
Que verga o meu
E ao teu sentir
Sem piedade
Sem mágoa
Sem dor
Sem angustia
Apenas te sinto
Em todas as direções
Minha pele eriça
Tão somente
Em pensar
Na tua pele
Aveludada e doce
Agasalhando
A minha na concha
Uterina do prazer
“Quem sabe
Faz hora
Não espera
Acontecer”
Como não
Sei fazer a hora
Espero acontecer