COMO PENSA (PEQUENO) A CLASSE TRABALHADORA BRASILEIRA
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Banqueiros
atacadistas
latifundiários
sojeiros
pecuaristas
mineradores
empreiteiros
usineiros
profissionais liberais
oligarquias políticas
oligarquias togadas
monopólios da comunicação
e todo tipo de especulador do Brasil – ora se espinhando ora se acotovelando – se abraçaram e mergulharam de olhos fechados no projeto ultraliberal do capitão, mesmo sabendo que nem o próprio futuro comandante do Titanic Brasil sabia ao menos “por que Deus o colocara ali”.
Ante as ameaças de alguns deputados rebeldes de atrapalharem os interesses da fidalguia durante a tramitação da reforma da Previdência na Câmara Federal, os predestinados ao andar superior se juntaram, mais uma vez, e partiram pro contra-ataque: contrataram escritórios de lobistas e investiram milhões em mídia, além de irem pra cima do Capitão e sua tropa parlamentar - sempre juntos (embora concorrentes), unidos em defesa de seu maior interesse comum: os poderes (político e financeiro).
E seus desejos estão sendo, a despeito do berreiro da plebe, atendidos pelo Messias e seus discípulos congressistas.
Já os predestinados ao andar inferior...
Os policiais, por exemplo, se fingiram de surdos ante a gritaria dos professores “imbecis e idiotas úteis” em suas peregrinações contra os cortes de verbas na Educação, a reforma da Previdência e as perseguições (por questões meramente ideológicas) desencadeadas pelo governo lunático que eles (os policiais) têm como o grande irmão.
Ou seja, para eles – assim como para os ricos (que não dependem de salário nem de previdência pública) –, pouco importava o candidato ter ou não um projeto para o País; bastava que atendesse a sua categoria.
A eclosão dos gritos de “o amor acabou; Bolsonaro traidor” apenas “no tocante a questão” deles é uma clara confissão de que o voto foi por conveniência, não por consciência.
Não deixa de ser intrigante observar tal contradição: os predestinados ao andar superior – que têm como se manter individualmente – juntos e misturados em intransigente defesa do que lhe é comum, enquanto o pessoal do térreo – apesar de clichês como “sou resistência” e “ninguém solta a mão de ninguém” – seguem na base do “cada um por si [e o diabo contra todos]” ou, como se diz nalguns cantos de nossa grande aldeia tupiniquim, “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
E assim caminha a [ingênua] classe trabalhadora da Pindorama.
Segue a marcha!