A CACHORRA QUE PENSAVA QUE ERA GENTE

Ela era uma cadela, daquelas que parecia ter alma de gente: Ela nem latia para ninguém pensar que era cachorra...

E o veterinário dizia: “ela vai melhorar” – acabou minha fonte de renda – Luna olhava pra gente e com os olhos falava. Era a mais companheira, a mais amiga que eu vi nos últimos tempos...

E o veterinário dizia: “ela vai melhorar” – acabou minha fonte de renda – Por anos ela foi companheira da Silvana. Quando ainda era solteira. Depois passou pela casa da tia Verinha. Mas ela não se incomodava de ir pra lá e pra cá... E o veterinário dizia: “ela vai melhorar” – acabou minha fonte de renda – Até que encontrou a Soninha. Esta sim foi sua alma gêmea, tratava-a como filha, como amiga, companheira. Dividia tudo com ela – até o evangelho das 4as feiras as duas faziam juntas...

E o veterinário dizia: “ela vai melhorar” – acabou minha fonte de renda –.

Quando eu tirava do forno mais uma fornada de “cookie” via as duas escondidas mastigando e reclamava com a Sônia: eu não vou ficar cozinhando para você ficar dando para esta cachorra. E a Luna parecia que disfarçava para eu não perceber que ela também mastigava...

E o veterinário dizia: “ela vai melhorar” – acabou minha fonte de renda –. Luna entrou na minha vida há pouco mais de um ano, mas me conquistou de forma arrasadora que nenhum outro animal humano soube me conquistar, até o seu lugar na cama de Soninha ela me deu. Assim eu peço aos anjos dos cachorros que leve a Luna para o céu dos cachorros. E agradeço ao deus dos cachorros que permitiu um dia ela fazer parte de nossa vida. E que agora a proteja e a leve para o paraíso dos cachorros...

E dizer que: o veterinário dizia: “ela vai melhorar”

– acabou minha fonte de renda – ... ???

Set. 2007

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 26/09/2007
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T669087
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