A boa pelada
No dia de hoje, sábado, mais uma vez um grupo no meu whatsapp estava agitado. Tratava-se do grupo de adeptos ao futebol do fim de semana, a conhecida pelada. Como combinado, nos reunimos às dezesseis horas num campo público. Um campo com um gramado de luxo, muito bom, se considerarmos que se trata de uma pelada. Só que os primeiros que chegaram já foram avisando por ligação ou por mensagem que lá já se encontrava uma turma jogando bola. Nossa, há três meses estamos jogando no campo. Como é público, não deu para reivindicarmos o espaço naquele instante. O que conseguimos foi um tratado, com os que já jogavam, de que no próximo sábado o local volta a ser liberado no horário das dezesseis para a nossa pelada no local. Mas não quer dizer que não teve pelada. Lembraram-se, alguns dos nossos, de um ou outro campo que estaria disponível. Escolhemos um, e pra lá fomos. Neste outro campo o estado do gramado e dos arredores não se equiparava ao que estamos habituados a jogar. Mas, nada que atrapalhasse, e a pelada foi realizada, para a alegria dos deuses do futebol, com muita animação e (pouca) classe.
Parece banal este pequeno acontecimento. Várias e várias peladas são disputadas pelo país afora. Mas resolvo aqui fazer um tributo às peladas e aos peladeiros. O lado bom do futebol, este das partidas jogadas entre amigos e colegas, é a inclinação para fazer amizades. Muitos amigos que tenho até hoje eu não os teria nen conhecido se não fosse no meio do futebol. Às vezes encontro com alguém que de longe grita “e aí Pet!”, em referência ao apelido que eu tinha entre alguns de meus pares nas peladas. Pet, no caso, faz alusão ao jogador Petkovic, que jogou por vários clubes brasileiros, e que ficou conhecido pelas belas cobranças de falta, habilidade com a bola nos pés e pelo temperamento difícil. No meu caso, na verdade, a única característica mais próxima às características daquele talvez seja a última.
“Não é só futebol”. Esta frase costuma ser muito pronunciada entre os boleiros. E há razão nela. Futebol, muitos pensam, digo das partidas disputadas nos fins de semana nos campinhos de terra aos espetaculares jogos de copa do mundo ou dos badalados clubes existentes, que se trata de uma modalidade boba em que vinte e dois homens correm atrás de uma bola (ah, mulheres também jogam)e do lado de fora uma legião de fanáticos fica na torcida. É muito mais do que isso. Envolve amizade, envolve encontros, envolve explosões de sentimentos. Já até ouvi, não lembro onde e quando que o futebol se trata “de uma das coisas mais importantes dentre as menos importantes que existem”. Bom, desde que não deixemos as coisas realmente importantes para trás, viva o futebol, viva o esporte, principalmente o lado bom que ele proporciona.