Reflexões de Julho
Que nossos gostos mudam com o passar dos anos já sabemos. O interessante para mim é observar em quais momentos de nossas vidas nos damos conta dessas mudanças. A última mudança notada por mim se deu no primeiro dia do mês do meu aniversário, que foi na última segunda feira. Julho sempre me coloca pra pensar, pra refletir sobre a vida e as mudanças ocorridas no último ano.
Conheci pessoas tão especiais durante esses quase 31 anos de vida ( 31 completos apenas no dia 07) e que coincidentemente faziam aniversário no mesmo mês que por tempos, eu que não sou nada cética, acarretei à essas pessoas características que seriam específicas aos "julhinos". Algo meio zodíaco, eu sei. Mas como eu disse no início, mudamos. Mudei. Sigo acreditando em afinidades, mas o zodíaco, deixei de lado.
Então, no dia 1° me peguei observando por bastante tempo certa imagem. Não era uma foto, mas um desenho que continha um casal e uma criança. O homem fritava três ovos num fogão comum e a mulher o abraçava por trás com um rosto de aparência terna, a criança estava à frente dos dois segurando um brinquedo nas mãos. Nada de tão especial, mas ao mesmo tão natural que me fez refletir. E refleti mais ainda sobre o fato de eu sequer ter lido a legenda, penso que se tratava de algo sobre a felicidade nas coisas simples da vida, eu acho. A novidade pra mim nessa situação é que eu nunca fui mais apegada à imagens do que à legendas, sempre fui direto à escrita e por inúmeras vezes ignorei qualquer desenho ali presente. E aí comecei a pensar com meus botões se isso se devia ao fato de mais uma mudança estar chegando. E se essa seria uma das mais esperadas por mim: estou ficando mais paciente! Óh, my God! Enfim, só pode ser isso! Sempre passava correndo por essas imagens, lia a legenda para entender logo o que queriam me dizer e pronto, seguia para outra coisa. Essa mudança não afetou de nenhuma forma a minha paixão por leitura, mas me fez aprender que uma imagem muitas vezes diz mais que mil palavras, clichê, eu sei! Legendas, por mais coerentes que sejam com suas respectivas imagens, é a interpretação de outro alguém, a nossa, aquela que nos toca a alma, só pode ser compreendida e sentida por nós mesmos.
E hoje, no alto dos meus quase 31, entendo que paciência para coisas simples como observar uma imagem com atenção, diz muito sobre nosso estado de espírito e maturidade e que essa última realmente só nos alcança com o tempo, com a experiência de vida. Maduros para a vida, entendemos que não adianta olhar com pressa para coisas e pessoas, há de se olhar com calma, com alma, com tempo e reflexão. Na juventude temos pressa, somos vorazes, queremos resolver tudo rápido e paciência nos parece perca de tempo. Adultos, entendemos que correr sem pensar é que é de fato perca de tempo e que com calma e reflexão é que poderemos resolver de verdade algum problema. Descansados da pressa, aprendemos a fórmula para nossa paz de espírito: a bendita da paciência que enfim têm me alcançado! Um baita presentão de aniversário! Graças aos deuses! Eu avisei que não sou nada cética!