o universo é criado enquanto a gente lê
Estava encalhado nas derradeiras páginas do livro “as ilhas da corrente” de Ernest Hemingway, justamente no clímax, o ponto em que Thomas Hudson está no meio de uma definitiva caça aos alemães, a bordo de um barco, que não era bastante grande para ser chamado de navio, exceto, na opinião dele próprio; nos mares das Bahamas, acompanhado de outros personagens notáveis.
Sentia-me sufocado, como se estivesse prendendo-o (e as seus companheiros de bordo) ao não concluir a leitura, como se a missão que estavam a cumprir no livro, estivesse interrompida, por causa de meus olhos que não mais passavam pelas palavras que o Magister E.H usou para “pintar” a história, deixando-os navegarem sem direção, perdidos, sem uma “mente” que pudesse conectar-se a suas histórias, seus dramas, de alguma forma estava a impedir o universo de se realizar!
Por isso, logo retornei à leitura na página em que parei (pg. 385) a fim de liberta-los, o capitão Thomas Hudson e todos que cruzaram sua existência.