ESTÓRIAS CARIOCAS ACRONOLÓGICAS - PARTE X

Logo cedo, não café, porém CHÁ, na ideia de DOM JOÃO... Na década de 1810, entre 200 e 500 chineses /não se imaginavam semi escravos 'amarelos'/ de Macau desembarcaram no Rio para... plantar chá, na época agricultura apenas asiática, movimentando comércio lucrativíssimo na Europa - desde janeiro/1808, carta régia de DOM JOÃO DE BRAGANÇA, ainda Príncipe Regente (tinha visão larga, sim!), abrira nossos portos "às nações amigas". Diria-se depois, 'negócio-da-China', significando acordo com lucro fácil, vantajoso. Já exagerando, "que tal 'convidar' um milhão de chineses"? Em grandiosa expectativa, abastecer o mercado interno e o Europeu, momento de troca-troca, isto é, sementes de globalização dos alimentos... Ao contrário, as plantações - no Jardim Botânico, na Ilha do Governador e na Fazenda Imperial de Santa Cruz (campo de concentração?) - não evoluíram, mas na História ficou pelo menos a estória do primeiro contato de chineses com o Brasil, intercâmbio cultural e comercial possível até hoje. Quatro não eram trabalhadores comuns e em missão oficial ganharam hospedagem na casa do Conde da Barca (diplomata, cientista, político e escritor português), no Rio de Janeiro - certamente organizavam a vinda dos 'operários' e importação das mudas. ----- Teoria de paladares diferentes, chineses bebiam chá verde, aqui chá preto adoçado. (Ué, pode existir quem não goste de brigadeiro!) O pintor alemão JOHANN MORITZ RUGENDAS viajou pelo Brasil na década seguinte, retratou trabalhadores chineses no Jardim Botânico, vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, e escreveu "gosto acre de terra". Na verdade, os imigrantes não eram especialistas e sim 'escravizados' em pesado regime de trabalho exaustivo /na atualidade, consta que as pastelarias e confecções de roupas......... huuum.../, chineses odiando regimes fechados. Encerradas as plantações, orientais se espalharam, virando mascates ou foram para fazendas de café. Casas comerciais e uso do ópio teriam começado no centro da cidade, Beco dos Ferreiros, ruela fétida no bairro da Misericórdia. ----- Chineses no Brasil a partir da II GM, cerca de 250 mil, entre imigrantes e descendentes, talvez 20 mil no Rio - muitos no reduto comercial da SAARA, hoje motivação comercial de varejo/atacado, balcão mesmo, pastelarias e restaurantes. Ou o imigrante transnacional, executivos de empresas chinesas, circulando entre States, Brasil e outros países da América Latina. Enxada nunca mais!

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LEIAM meus trabalhos CHA NO YU e QUAL A HORA CERTA DE SE TOMAR UM BOM CHÁ?

NOTAS DO AUTOR:

TELENOVELA "Negócio da China" - fez popularizar o objeto 'pen drive' - TV GLOBO, 2008/2009. --- VISTA CHINESA, mirante estilo pagode chinês erguido no governo Pereira Passos - Os chineses que trabalhavam no Jardim Botânico se dignaram a construir casas na Floresta da Tijuca, daí em homenagem o mirante que de início foi chamado Vista dos Chins e Rancho dos Chins.

FONTE:

"Chá: um negócio da China que não floresceu" - Rio, jornal O GLOBO, 26/4/15.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 30/06/2019
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