T e r r i n h a
A pátria da gente é mesmo a nossa terrinha. Ela pode ser pequena, acanhada, sem viver na onda da modernidade, mas e a nossa terra, o nosso berço, para nós muito mais bela que Paris, por exemplo. Pelo menos é o que nos garante o nosso amor telúrico. Nenhuma pessoa que possui sentimento esquece as suas raízes. Só se for um renegado. Tem mais: o cara pode ser o cão chupando manga em qualquer parte do mundo, se não for reconhecido em sua terra fica frustrado.
Sou um homem à antiga, agarrado que nem muçum às suas raízes. Sou até um privilegiado porque possuo duas pátrias: Arcoverde e Pesqueira. Na primeira nasci e vivi minha infância e adolescência, na segunda casei, trabalhei e vivi quase toda a vida, e me fiz e fui adotado como filho. Amo as duas demais. Qual das duas amo mais? Empate. Juro.
Todos sos dias lembro minha duas pátrias, aqui no Recife onde estou vivendo me sinto um exilado. E não raro leio um trecho de uma crônica do saudoso pesqueirense Potiguar Matos que me apelidava de D'Artagnan(meu nome é William):
"O homem é tempo e saudade, o importante são as raízes, o qe o segura é a memória. Não tenho ouro, nem incenso, nem mirra. Volto a ti como amante e amor primeiro, duro como a vida, maior que a morte. Milagre teu, renovas o universo e me fazes sentir adolescente no calor de teu abraço. Ridículo como todo namorado, seguro tu mão e digo que te amo".
Viva Arcoverde! Viva Pesqueira! E priu. Inté.