Bom Senso Musical
 
Eu simplesmente amo música, e ouço quase todos os dias. Tenho minhas playlists no Spotify e agora estou usando também o Deezer. Adoro ouvir meus vinis antigos, embora não tenha muito tempo para fazê-lo, e também tenho pilhas e pilhas de CDs. Enfim: a música é parte importante de minha vida, e é trilha sonora dos meus momentos mais marcantes, tanto bons quanto ruins.

Mas eu não aprecio todos os estilos musicais, e nem desejo ouvir música em volume ensurdecedor. Música é para alegrar, relaxar, meditar, relembrar... para mim, é assim. Música alta fica bem em dia de festa ou para dançar em ambientes adequados como boates e discotecas, onde as pessoas que querem escutar música e dançar tenham a escolha de permanecer em tais ambientes.

A pior coisa do mundo em relação à música, é quando somos obrigados por gente sem noção, literalmente, a escutar gêneros musicais que detestamos em volumes absurdamente perturbadores, em horas mais que inconvenientes -  quando estamos em casa tentando relaxar, trabalhar (sou professora particular e dou aulas em casa), assistir TV ou escutar as próprias músicas.

Há alguns dias, eu estava dando uma aula e de repente, o som explodiu e entrou pela minha janela, tornando impossível terminar um exercício de áudio que eu e minha aluna estávamos fazendo. Não adiantou fechar portas e janelas: a música entrava berrando pela casa, invadindo os espaços e sobrepondo-se às nossas vozes e ao áudio, e após cinco minutos de dose cavalar de falta de educação alheia, minha aluna se desculpou e foi embora: impossível prosseguir!

Às vezes, estou assistindo TV e de repente a berração começa, entrando pelas portas, janelas e frestas da casa, me impedindo de sequer escutar minha própria TV. Acho isso desnecessário, intrusivo, característica de comportamento imaturo e egoísta. 

Quem gosta de escutar música em volumes impossíveis têm direito às suas alegações: “Eu o faço antes das dez da noite, portanto, estou exercendo meus direitos.” Ok, porém o incômodo e o inconveniente causados são os mesmo, seja às duas da tarde ou às dez da noite. Assim como você tem todo direito de escutar sua música, eu tenho o mesmo direito de não escutá-la. Um outro argumento muito utilizado nesses casos: “Os incomodados que se mudem!” Será mesmo preciso pensar desse jeito? Não seria mais civilizado respeitar os seus vizinhos? E também: “Se ninguém reclamou, é porque não estou incomodando.” Haja falta de bom senso! Será que é tão difícil assim perceber que sua música está alta demais, a ponto de incomodar as outras pessoas em volta? E é preciso reclamar o tempo todo, se já o fizemos uma vez e você está ciente do quanto nos incomoda? 

Infelizmente, vivemos em tempos em que certas pessoas agem como se tivessem todos os direitos e nenhum dever quanto ao seu próximo. Respeito é palavra antiga, fora de moda e fora de uso, cujo significado quase não existe mais no contexto ‘convivência.’ 


 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 28/06/2019
Código do texto: T6683551
Classificação de conteúdo: seguro