Violada

Eu tinha 8 anos, morava numa chácara, lá tinha várias árvores, bichos e o que eu mais gostava, andar descalça na areia.

As tardezinhas eram amenas.

Depois de um dia cheio de aventuras pueris, eu me punha a ler livros vindos da capital, Brasília, enviados por uma prima de 3°grau.

A iluminação era à luz de velas, e às 20:00 h, já estávamos recolhidos.

Em uma manhã qualquer meu pai levou um rapazote lá pra chácara, na época devia contar uns 20 anos.

Ele ajudaria nos negócios de meu pai.

Ele se sentava à mesa conosco, Ele dormia embaixo do nosso teto, Ele chamava meu pai de amigo.

Numa tarde de sol violento, uma bola parou aos meus pés.

Era do amigo de meu pai. Perguntei se podia brincar, apontando para a bola, ele num sorriso amarelo pediu para que eu levantasse a minha saia.

Corri para meu quarto. Essa foi a primeira violação até o dia que foi embora, não houve toque na pele, houve feridas profundas na alma.

Aquela menina foi violada em 50 tonalidades escuras. Leitor, eu olho para essa menina, e meus olhos não choram, derramam rios.