A Jocasta e seu narcisista
Ele apareceu na minha vida feito anjo com toda sua doçura cativante.
Parecia até que já me conhecia, e sabia sobre minhas tendências em me apegar por pessoas quebradas emocionalmente para poder cuidar e depois no futuro dar a elas a alta devida.
Persuadiu-me com sua suposta fragilidade e carência, vítima de um lar sem afeto.
Seus medos, suas inseguranças, suas dúvidas, pensei que o tempo o ajudaria a superá-las.
Ele não foi um bom aluno.
Ele foi um bom professor.
Ensinou-me a identificar o relacionamento doentio que ele tinha com sua mãe.
Eu não tive maturidade para curar este “paciente”.
Tive medo a cada crise neurótica que ele tinha.
Tive medo a cada projeção maquiavélica que ele jogava sobre mim.
Acabei voltando para o calabouço sombrio da minha mente que consistia em ter pânico em situações de estresse. Passei a viver perseguida por causa de suas fantasias e seu poder de manipulação.
Vivi com um anjo caído que me seduziu, me diminuiu, que deu a volta por cima só para continuar no pedestal, onde Jocasta sorria de leve reafirmando o poder sobre seu narciso.