Noticia Local Senhor de 84 anos mata 5 bandidos, e bota fogo nos corpos para não deixar vestígios.

Seu Joaquim fora conduzido ao Departamento de investigação após ter matado 5 criminosos que rodeavam e aterrorizavam sitiantes e fazendeiro.

Eles entraram em minha casa como se fossem amigos, dando risada, fumando, e todos descontraído rederam a mim e minha veia. Dan, o netinho estava dormindo, foi nossa sorte, relata Seu Joaquim ainda com cara de assustado. Dona Benedita, ditinha, a esposa, intervém na conversa e começa a narrar.

O sitio Cheiro de Esperança, sempre foi um lugar simples no meio da mata, atolada ao brejo era um lugar remoto, de poucas vistas. E seu Joaquim nunca poupou esforços, cria porcos, frangos, até vaca leiteira tem por ali.

A entrada, um portal todo em madeira rústica, se apaga conforme se aproxima até a porta da cozinha. Claro que as aves do mato, o barulho do Ribeirão São Domingos, as folhas das árvores junto ao vento dão uma beleza incomparável à casinha de tábua rodeada de uma enorme área com redes preguiçosas; todos silenciosos mediante a descrição.

A Senhorinha raquítica continua: _ Meu Joaquim, meu veio, passa o dia todos esticando cerca de arame farpado, pregando palanques, fixando porteira, mexendo no telhado da tuia; O homem não tem parada, a inquietação esta no sangue, e Dan o menino de olhos esbugalhados o acompanha em todos seus 9 anos de idade. Pensa o menino já é homenzinho, completa ela em ar todo orgulhosa. Pois com cinta de peão, bota de couro e chapéu de palha. - a família tem é um peão, completa um peão, completa seu Joaquim. Cria-se uma pausa. E a Ditinha continua, naquela vida machista onde cuidar da casa nem precisa ser narrado, nós três gastamos horas, dias e semanas naquela agitada vida de ter que procurar algo para fazer. De vez em quando se ouço um grito. _ “Corre moleque, busca a corda – o martelo – o cerrote, a chave – 0 cabresto - o baixeiro - a mangueira. Assim seguia a lista. De tempo em tempo a gente vê um sagui correndo pelo pasto trazendo ou levando alguma coisa. Vida no sitio é difícil doutor; completa, pois com sol muito forte trabalhamos meio período, a gente quase morre, com vento o dia inteiro, não tem condição, então vamos intercalando as horas, já no frio melhor começar as 9 pra evita as câimbras na perna, aí damos uma paradinha as 11 pra almoçar, retomamos as 15, mas para mesmo só as 17. O doutor dá uma olhada de admiração e inveja por terem tamanho conforto, ele até duvida do serviço pesado. Mas aí seu o casal mostra as mãos todas calejada. Folga mesmo só se chove muito... aí não tem jeito, o serviço vai esperar. Nessa vida regrada é que a vida passa doutor e não é que nós estamos pensando em ganhar dinheiro. O Joaquim hoje tem 84 anos, e agora a cidade toda sabe disso, o jornal colocou e em destaque, pois é, num é que dias atras ele resolveu investir. Levantou numa determinada manhã foi até o celeiro depois ao curral, andou pelo porão e foi recolhendo galões vazios de produtos agrícolas e foi até a pocilga e recolheu o dejeto de toda a vara, engarrafou e levou um a um para a varanda. Ali deixou a coisa fermentando, até misturou mais umas coisinhas para criar gás biológico, o pessoal da cidade chama isso de gás metano douto. Então continua a senhorinha, aquilo ficou dias lá dentro formando uma borra explosiva. Agente ia canalizar e usar para cozinhar e se desse certo estávamos pensando e expandir a bosta do porco para toda vizinhança, quero dizer o gás. Mas aí essa madrugada uns homens estranhos invadiram nossa casa, espatifaram toda nossa roupa, queriam nosso dinheiro, até nas minhas gavetas doutor viraram no avesso. Não é que naquele furdúncio todo nós nos esquecemos do menino. Pois é, o piá se levantou com aquele barulheiro todo, percebeu que aqueles bandidos estavam procurando algo de valor, correu abraçar os galões pra não deixar os homens levarem. Pois é, de tanto ouvir falar naquilo, que o menino pois na cabeça que ia ficar rico e o senhor sabe doutor, criança quando poe algo na memoria... difícil tirar. Num deu outra! Quando viram aqueles galões tão fechados que pareciam lacrados, e ainda no escuro leram os rótulos embalagens, estava lá, Fertilizante agrícola. Os caras endoideceram, carregaram tudo pra perua Combe, ainda agradeceram o menino, que ficou chorando por aquilo; Foi triste ver o Dan espernear, mas montaram no veículo e saíram em fuga. Foi aí que desgraça aconteceu. Pararam na porteira, abriram-na, e entre risada, vi quando um quando um deles acendeu o cigarro. Fechei os olhos do Dan na hora, seu delegado, quero dizer doutor. Aquilo parecia um show pirotécnico. Mas num tinha o que fazer. A vizinhança toda correu lá para pra vê o que estava acontecendo, mas não dá pra acreditar tem merda de porco pegando fogo até agora. um silencio tomou a todos na sala, o escrivão segurava o riso, o delegado franzia a testa num esforço de, não dá pra acreditar. A Velha completa: _ E nos estamos aqui explicando tudo, mas meu velho não é muito de falar, então tomei essa liberdade de passar os detalhes, meu velho não matou ninguém e nem botou fogo, a manchete do jornal não viu nada, eles estão publicando sensacionalismo. O delegado puxa o pigarro, ouve-se apenas o barulho da tecla do computador do escrivão. e de toda essa maluquice foi que nunca ouviu uma mentira tão deslavada, Prenderam seu Joaquim, lavrador e operário, acusado de criar bombas caseiras e utilizá-la pondo em risco a vida alheia. já a família dos bandidos foram indenizadas, e outras quadrilhas continuam a rodear aquele patrimônio.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 26/06/2019
Reeditado em 26/06/2019
Código do texto: T6682137
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.