O CIRCO CHEGOU
Mas já se foi. Tentei umas duas vezes, mas chegando à frente, desistia, com receio de decepcionar-me.
Tive experiência nada agradável há bom tempo. Fui com a família na matinê de um famoso circo lá na capital. Estava lotado. De repente, começou um temporal. O circo parecia cair. Algumas placas despencaram. O locutor gritava pedindo para todos se protegessem embaixo das arquibancadas. Ninguém se feriu, felizmente.
Quando jovem, morava num distrito, rodeado de cafezais. Todos os anos, após a safra, aparecia um circo. Modesto, familiar, poucos artistas, dois caminhões. Ficavam meses. Espetáculo quase todas as noites. Era festa para os moradores da zona rural. Locomoviam-se de lugares distantes só para usufruir algumas horas de alegria. Traziam de presente para os circenses todos os tipos de comida: arroz, feijão, carne, frangos.
O avanço tecnológico – tevê, internet – contribuiu muito para a decadência dessa arte milenar.
O que é lamentável. Há jovens que nunca viram um espetáculo transcorrer num picadeiro.