VAIDADE CUSTA PRADA
Uma vez por mês, reuníamo-nos no bar estilo oriental, no bairro também oriental, para beber saquê quente e por a conversa em dia. Estende-se a perna sob a mesa, sentado numa almofada. É aconchegante. Somos sempre quatro, gostamos de escrever e pertencemos a uma academia de letras de nikkeys. Indagamos certa vez: qual é a pessoa mais interessante? Fomos unânimes. Aquela que lê o nosso escrito, lembra do tema e diz que apreciou muito.
Publico os meus artigos no site www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/login/login.php e no http://colunadacolonia.blogspot.com Lembro-me e sou grato a todos os que deixam sua opinião.
Outro dia, passeando no shopping da capital, deparei com uma dessas leitoras que conheci pessoalmente.
Sou-lhe muito grato, pois ela é redatora de uma revista aqui do interior e, muitas vezes, usa as minhas crônicas. –O que está fazendo por aqui? –É que me vou casar e estou procurando vestido adequado para a ocasião. Vai ser só no civil, para poucos convidados. –Gostaria de dar-lhe de presente. E apontei uma loja bem à frente: PRADA VESTE MELHOR...Vitrine atraente, repleto de manequim com a última moda. Ela não quis entrar, mas insisti. E ela escolheu um modelito bem simples. Nunca imaginava que um vestido custasse tanto só pela etiqueta. Aí lembrei-me do filme O Diabo Veste Prada. Paguei com cartão, em dez parcelas. Nesse ínterim, nada de restaurante, livraria. Aprendi que retribuir favor pesa bem no bolso.