O DILEMA...
        Estou diante de um dilema difícil de resolver, sobre minha dieta. Fui surpreendido há  três anos com taxas de glicemia em torno de 150, o que significa diabetes. Procurei um colega endocrinologista que fez as recomendações de praxe. Reduzir drasticamente o consumo de açúcar e carboidratos, sobretudo pães, e massas. Passou hipoglicemiantes orais, e recomendou exercícios físicos diários, o que aliás faço desde jovem. Somando-se a isso carrego comigo há décadas  outra doença chamada de hiperuricemia, ou gota úrica, cujo principal fator de causa é a ingestão excessiva de proteínas. As restrições dietéticas para esse mal incluem a redução ou abolição de carne vermelha, leite, leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha)  e  bebida alcoólica principalmente o vinho. Tive ao longo da vida alguns episódios de trombofilia, que leva a problemas com a coagulação sanguínea, resultando nas tromboses. Para essa condição as recomendações são para evitar o consumo de vegetais que contenham vitamina K (folhas em geral), e o uso contínuo de anticoagulantes. Então façamos um apanhado da situação.

             Sou um homem de sessenta e oito anos, que em função de indicadores laboratoriais precisa evitar comer: Carne vermelha,  vísceras, arroz, pizza, macarrão, leguminosas, alface, rúcula. Recomendam também que me afaste dos vinhos (minha bebida predileta), de vários tipos de frutas, e das sobremesas, essas últimas me pesam muito pois sou praticamente uma formiga. Avaliando tudo, vejo que a primeira decisão a tomar é escolher entre "VIVER" e "DURAR".  Se seguir todas as recomendações direitinho, talvez dure bem mais. Se me despreocupar um pouco, fazer o que for possível sem abrir mão totalmente dos prazeres da boa mesa e da vida é possível que viva bem mais, embora durando menos. Cumprindo todas as exigências dietéticas,  só vai me sobrar ovo, tomate e pouquíssima coisa mais. Portanto resolvi seguir o caminho do meio. Tomarei as medicações, e reduzirei a ingestão dos ítens proibidos, porém sem paranóia, e sem escravidão a índices e taxas laboratoriais.  talvez Assim consiga viver com alegria e despreocupação, até acabar a gasolina do tanque. Ressalto que apesar de ser médico, esse não é um comportamento que recomendo, é apenas o que pretendo seguir. Cada um com seus medos, incertezas e também com suas escolhas.
Al Primo
Enviado por Al Primo em 25/06/2019
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