GERENCIANDO AGÊNCIA BANCÁRIA

Toda cautela é pouca. Medida um tanto corriqueira ajuda. Mas às vezes surgem o inesperado. Por isso, procurava seguir sempre as orientações dos manuais, ao pé da letra.

Todas às sextas-feiras, após o expediente, reunimo-nos, gerentes de agências locais, em um reservado de um bar. Ali trocávamos informações sobre a cidade, clientes, situação. Não éramos competidores, mas aliados. Muitos deles procurava-me para opininar a respeito de leis, normas bancárias, parecer sobre documentos, à vista de saber que tinha sido advogado do banco, trabalhado na sede em Brasília.

Numa ocasião, um dos gerentes alertou-me que certo funcionário meu estava movimentando vultosa soma em sua agência. Já tinha alertado meu antecessor, mas nada tinha sido feito.

Pedi-lhe cópia do extrato da conta. E comecei a investigar. Ele era fiscal da Carteira Agrícola e na função só trabalhava com a clientela da zona rural. E solicitavam-lhe para que comprasse determinada mercadoria na cidade...Passado alguns anos, precisava lotar a camionete, todas as semanas. Transformou-se em verdadeiro supermercado...

Tal atividade era proibida, é claro. Poderia até acarretar demissão sumária.

Chamei-o e disse-lhe que como ele estava há muito na função, era chegada a hora de progredir na carreira. Que tal uma gerência no estado de Goiás, perguntei-lhe. Como ele já desconfiava que o estava investigando e que descobrira sua atividade irregular, um tanto constrangido, aceitou.

Passado uns cinco anos, telefonou-me avisando que estava retornando para o estado.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 19/06/2019
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