OS LIMITES DA INTELIGÊNCIA.

Incomoda muito o que não compreendemos. A submissão impositiva aos nossos limites massacra. Entendemos a negativa dos cientistas à existência de outros espaços. O que não compreendemos negamos. É confortável e razoável, e mesmo legítimo, diante da liberdade que todos temos.

Tenho respeitáveis restrições ao Kardecismo, não por inadmitir seus fundamentos, ao contrário, mas por não compreender a estrutura da crença. Mas crença é artigo de fé.

A "corporação dos espíritos”, seus ciclos, não alcanço minimamente.

Minha inteligência sofre graves entraves de admissibilidade de entendimento para uma sociedade espiritual assemelhada a um exército dividido em partes.

Creio, sem poder explicar, nessas paragens absolutas de paz e tranquilidade que podemos sentir pelo silêncio interior, o mundo espiritual.

Minha descrença é respeitabilíssima, trata-se de fé, como todas as crenças. E aceito a passagem de planos pelas razões tomistas, somadas à fé e mesmo à razão dos fatos que pontuaram minha vida pela presença da Virgem.

Se não se pode explicar o surgimento da vida e a formação do pensamento, ou seja, a própria espiritualidade em seu âmago, nosso interior, , difícil seria explicar a organicidade dos ciclos espirituais.

Minha incapacidade de compreensão é máxima, daí recusar a total adesão irrestrita. Sei existir, não sei explicar, equação simples por ser complexa.

Fique claro, a recusa se situa não ao mundo espiritual e à ressurreição em corpo, mas ao que se desenha como esmiuçada e específica divisão das hostes dos que se foram e estão como espírito nessa sociedade “post-mortem”. E só.

Os físicos têm o conforto de admitir o exato, fica fácil, mas não convence. Há algo mais que matéria, sabem disso os agnósticos como Kant e Darwin, monstros da inteligência, e a inteligência lhes faltou para compreenderem nossa limitação, repousaram mal, muito mal, na dúvida. Não digo que sim nem que não. É a posição agnóstica.

E nós, o que vamos dizer? Nada, que temos uma inteligência mínima, desarticulada, insuficiente a toda prova.

É bom, contudo, sentirmos que somos pertencentes ao todo como um oceano a que as águas pertencem. Somos pequeninas ondas, mínimas, vamos à praia e voltamos ao mar, não nos perdemos. O corpo é invólucro, casca que pertence ao universo que pertence à eternidade, e se transforma de algo em algo, material. A alma que temos se desprende do corpo e vai para espaços, o espírito, que cada um por artigo de fé situa em sua crença.

Deus pode parecer extremamente cruel, teria nos dado pouco, trouxe limitação e deficiência para conhecê-Lo. Mas esse é o grande mistério e a grande prova, seu Filho esclareceu e sua Mãe dá testemunho em suas aparições do que se deve esperar.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/06/2019
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