A mulher e o pastor
Uma amiga contou-me essa história – que garante ser verdadeira. Num bairro periférico (de Belém) havia um templo protestante, agora eles – protestantes – são chamados evangélicos.
Excelente, entendo eu, levar a Palavra a outras pessoas. Mais que nunca o mundo precisa (e muito) de união, entendimento, harmonia, amor ao próximo.
Porém a realidade tem mostrado o contrário: nos países cristãos do ocidente a violência aumenta de forma acelerada. Também a indiferença, intolerância, discriminações, têm sido comuns.
Infelizmente.
Jesus ultrapassa a normalidade humana, mandando (ou pedindo) a gente amar nossos inimigos. Não é este mandamento para qualquer um, não.
Amar quem nos quer ver sofrendo, por baixo, humilhado, passando fome e até...
… Morto.
Não, não.
É uma barra...
Voltemos à história.
Nesse templo da periferia haveria um culto, num domingo pela manhã.
Viria fazer a pregação um pastor de outro estado. A expectativa dos fiéis deveria, portanto, estar ativada, aguçada. O novo, o diferente, sempre mexe com nossa mente.
Um membro da igreja chegou meia hora antes da pregação. Levou a esposa, pessoa de boa aparência, jovem, bonita.
Sentaram-se à frente, primeira fila. O culto começou. O pregador – pastor de ótima retórica, grande conhecedor da Palavra de Deus, leu um trecho bíblico.
Depois passou a interpretar o trecho, explicando o que Deus queria transmitir aos homens com aquelas palavras.
A pregação foi de quase duas horas. Perto do fim, o pastor deu uma pausa. Ficou em silêncio.
Fechou os olhos. Parecia estar recebendo uma mensagem divina, dos céus, dos altos.
Disse: ----- Irmãos, acabo de receber de Deus um pedido.
Apontou para o casal. Continuou: ---- Ele (Deus) manda que você, esse nosso irmão, aqui na frente, ceda sua esposa a este pastor, este que vos prega. A partir de agora ela será minha (esposa).
O marido se surpreendeu com essa mensagem. E levou a mulher, em nome de Deus.
Com o estranho pedido.
Vindo de Deus, segundo o pregador.
O pastor prosseguiu: ---- Levante-se irmã, venha. Agora você será minha esposa. Deus me autorizou a levá-la. Todos no templo ficaram surpresos. Nada disseram.
Eles creram, realmente, que o pastor estava correto. Creram que o pedido viera de Deus.
O marido também acreditou na ordem (do pregador).
A mulher levantou-se.
Obedeceu. O pastor a levou consigo, para a cidade onde morava.
Como dito no começo: Quem contou a história garante ser ela verdadeira, autêntica.