Sonhadora
Ela é uma figura.
Diga-se de passagem, seu tamanho não expressa a força interior do seu amor.
Ela é uma flor.
Amor pela vida.
Sempre ativa.
Uma mulher batalhadora.
Sempre muito incentivadora.
Ela é vencedora.
Uma mulher nordestina.
Com alta estima.
Que conheceu um pouco da vida de forma aguerrida.
Superou seus desafios pessoais.
De forma voraz.
Sempre capaz de encontrar um caminho para vencer e convencer.
Uma mulher atuante.
Destoante de sua época.
Gostava da cultura nordestina.
Que fascina.
Agora vou revelar ela também sabia fotografar.
E conquistou a todos sabendo revelar no momento para agradar.
Em casa e para os amigos ela foi costureira.
O mais interessante que na necessidade também foi enfermeira.
Isso não é brincadeira.
Pois isso tudo só tinha formação no estudo fundamental.
Mas o fundamental mesmo era sua capacidade de transmitir tanta alegria.
E ganhou a simpatia de suas vizinhas.
Saibam vocês que só de uma vez foi capaz de cuidar de um mói de rapaz.
Formou naquela época um time de futebol.
Foi diretora e treinadora.
Não se contentou ainda foi administradora.
E cuidou desses moleques como se fosse seus filhos.
Ela era diferente.
Uma mulher sempre contente.
Como não conseguia ficar parada.
Ela era muito danada.
Criou com muito amor durante o período junino uma folia seu menino.
E aquela muié forte de muita sorte botou o pessoá pra dançar.
No quintal da sua casa o povo todo ensaiava com muita animação a quadrilha de São João.
E naquela época então ela narrava com muita emoção.
Como se não bastasse no mês de dezembro ele inventou mais uma façanha.
Veio em sua mente tão fluente uma ideia varonil.
A dona Teté como era chamada ensaiou o famoso Pastoril.
Um folguedo popular.
Que mostrava uma disputa de lascar.
Era o cordão azul e encarnado a cantarolar.
Nessa disputa sem parar.
Encurtando o caminho mostrei um pouco com carinho dessa muié de fé.
Que ensinou aos seus filhos a lutar pelo que quer.
Que nunca desistiu de lutar pelo que queria.
Pois lhe dava agonia ficar parada todo dia.
(Almeida, M. M. de)