Mulher nordestina
Ela não é mulher rendeira.
Mas é muito arteira.
Pinta, borda, costura e desenha.
E papel pra lenha.
Mostra parte de sua vida em uma obra refletiva.
Ela é forte.
Venceu a própria sorte.
Ela não é escritora.
Mas é autora da sua vida.
Ela é mulher de fibra.
Ela tem estilo próprio.
E não é impróprio.
Ela fascina com suas rimas em forma de retrato.
Seria uma colcha de retalho?
Não precisa de versos.
Mas expressa sua personalidade em desenhos diversos.
E que chama atenção por tanta força e expressão.
Ela é coração.
Ela conta estórias.
Quantas memórias.
Ela usa lápis de cor.
Pra expressar todo seu amor.
Ela usa papel.
Ela é fiel.
Fiel as suas raízes.
Neste arco íris de cor sempre demonstra seu amor ao mesmo tempo a sua dor.
Ela não é cigana.
Mas se engana quem tenta confundir sua gana.
Ela ama conhecer o belo puramente singelo.
Ela ama conhecer o mundo bem profundo para ilustrar a verdade a fundo.
Suas imagens são fortes.
Sorte de quem as conhece ou conheceu.
Certa forma enriqueceu seu eu.
Suas criações costuram os costume e origens da sua vida.
Tão bonita.
Ela é arte.
Ela é poesia.
Ela é alegria.
Mas é tristeza.
Mesmo assim não esconde a beleza e a delicadeza de suas riquezas.
Quanta nobreza.
Ela também é inventora.
É idealizadora.
É sonhadora.
É professora. Sim senhor.
É orientadora e mentora.
Mas, principalmente, é uma grande vencedora.
Pois é autora de sua própria história.
(Almeida, M. M. de)