O medo da solidão
Chegou em casa, cansado. Deixou a bolsa na mesa e foi tomar banho, esqueceu todo o peso do dia. Saiu enrolado na toalha, foi até o toca disco e colocou Celso Blues Boys.
“Quando o dia amanhece e o brilho da noite se vai...” começou Celso na sua cantar e voz rouca reverberou pelo apartamento a janela aberta deixa a lua entrar sem convite, deixando a sala pequena levemente iluminada. Quaresma pegou a cerveja na cozinha o cigarro e um cinzeiro e se jogou no sofá. Ficou ali bebendo solidão e fumando a melancolia do início da noite. Sua cabeça latejava, os olhos fechados enxergava o rosto dela, a boca apesar da cerveja e o cigarro, não apagara o gosto dos beijos que trocaram havia dois dias.
“Não queria que fosse assim..” Agora a voz rouca cantava num tom de lamento, a guitarra no toca discos parecia querer explodir os sentimentos confusos de seu coração. Quaresma olhou a sua própria guitarra Fender Jaguar num canto empoeirado da sala.
“Está chovendo, está chovendo na ruaaa e meu coração está querendooo” levantou colocou o pijama, trocou a cerveja pelo vinho e lembrou a canção de Wander Wildner “ Vou me entorpecer bebendo vinho...eu sigo só o meu caminho...” pegou o velho caderno e a caneta sentou no sofá e usou a coxa como apoio e escreveu, escreveu e escreveu.
Como a escrita tem um efeito terapêutico. A guitarra cortava o silêncio da solidão combinando com o ato de escrever o aliviou sentiu os olhos úmidos e as lágrimas correrem pelo rosto.
Sentiu medo do amanhã, sentiu medo da solidão e do caminho que teria que atravessar.
Mas sabia que iria passar só precisava ser forte e se manter firme porque como disse alguém uma vez “Não pode chover o tempo todo”
Referências:
Músicas
Celso Blues Boy- “Brilho da noite” e “Onze horas da manhã”
Wander Wildner- “Bebendo vinho”
Filme:
O corvo de 1994 adaptados do quadrinhos com Brandon Lee