JAPÃO VISTO POR UM ROMANCISTA

Haruki Murakami é autor de vários romances e contos. São bem vendidos não só nos Estados Unidos e Japão, mas também no mercado europeu e na Rússia. No Brasil, oito ainda à disposição. Morou nos Estados Unidos, a convite de uma universidade. Traduzido em mais de 50 idiomas. Verteu livros para o inglês e vice-versa, profissionalmente.

Os que tenham pretensão de algum dia escrever bem, nada mais indicado do que ‘Romancista como Vocação’. Ensina as lições fundamentais. Repletos de conselhos úteis.

A surpresa é que inclui na obra, críticas severas contra o sistema social japonês. Salienta que se fosse outro o sistema, o acidente nuclear de 2011, dificilmente teria ocorrido.

Lamenta o grave problema como o Bullyng no meio estudantil e suicídios de inúmeros jovens quase que diariamente. As autoridades nada fazem de concreto. Verdadeira tragédia. Nada mais que o reflexo do sistema doentio do sistema social dos grupos.

Divide-se a sociedade japonesa em cães e gatos. O objetivo do sistema japonês é criar pessoas “cães”, úteis à comunidade. Ou “carneiros” que se deixam de ser levados com os demais.

Há poucos meses, caravana de educadores japoneses esteve no Brasil, fazendo propaganda de uma escola de idioma. Foi bem recebida pela comunidade japonesa que presta reverência e é subserviente a qualquer patrício que venha de além-mar.

Indaguei-os a respeito do escritor Murakami. Tinham ouvido falar dele, mas não conheciam a obra. Não quiseram comentar a respeito do bullyng, alegando não estar na programação da visita.

Diante de tudo isso, pergunto qual seria o objetivo dos nikkeys aqui do Brasil, fazendo seus filhos estudarem tanto a língua japonesa, relegando a segundo plano o Português.

Mandarem para lá para só trabalharem em regime semiescravidão?