Super-Herói ou Deus

Para mim, o desenho feito com giz de cera na quadra de esportes da escola parecia um gato, mas as crianças me disseram que era um tal diabinho de um desenho animado moderno que inferniza os heróis. Então me lembrei dos heróis ou super-heróis da minha infância e juventude.

Tinha o Zorro, cavaleiro solitário que combatia a bandidagem, deixava sua marca Z feita com sua espada e debochava do sargento Garcia e sua guarda. Nas horas vagas, o herói era o aristocrata, conquistador e charmoso, Don Diego de La Vega, porém reza a lenda que tinha medo até da própria sombra. Quando precisava virar herói usava roupas, capa, chapéu e máscara pretas. Até seu cavalo, Tornado, era preto.

Quem lembra do Fantasma, que morava numa caverna em formato de crânio? Isso porque o ancestral do nosso herói jurou ser justiceiro em cima do crânio do pirata que ele matou, por ter matado seus pai, ou seja, o Fantasma da minha época era herdeiro do heroísmo - será que isso existe? Ah, o herói era lindo, mesmo todo mascarado, pois usava uma roupa bem justinha no corpo e um cinturão com uma fivela em forma de caveira que, deixava sua cinturinha “de pilão” como diria minha mãe.

Teve também o Mandrake, um ilusionista que se valia de seus olhos e suas mãos, para aplicar uma impossível técnica de hipnose instantânea, e transformava as armas dos bandidos em buquê de flores ou numa pomba, que saia voando enquanto o meliante era preso.

E o Batman, hem? O bilionário americano Bruce Wayne, que jurou se vingar dos criminosos, depois de presenciar a morte de seus pais (parece o Fantasma), mas claro que uma vingança pautada pela justiça, tanto que tinha uma parceria com o comissário de polícia de Gotham City e o vigilante Robin (há quem fale mal dessa parceria), sem esquecer do fiel mordomo Alfred. Esse super-herói era chique, classe A, usava da sua inteligência, das artes marciais e das tecnologias para enfrentar a bandidagem, mas o arqui-inimigo Coringa lhe dava uma certa dor de cabeça. Sinal de que tem o super-herói e o superinimigo. Mas o Batman e sua trupe resistem bem ao tempo, pois andam por aí nas telas desde 1939, com o Coringa junto.

E claro que não poderia esquecer do Super-Homem – é um pássaro? É um avião?... o pequeno Kal-El, do distante planeta Krypton, foi salvo por seu pai sendo colocado numa nave espacial que, acabou aterrissando aqui na Terra. O ser extraterrestre foi encontrado pelo casal Kent e recebeu o nome de Clark, que foi crescendo e percebendo que tinha habilidades diferentes dos humanos. Mas mesmo assim virou um jornalista do Planeta Diário, junto com Lois Lane.

Fiquei sabendo que bem no início, o Super-Homem foi concebido como um vilão, que usava seus poderes psíquicos para manipular os humanos e assim dominar a Terra (aí que feio!). O cara era bem ruinzinho e não tinha muita moral e bons costumes. Mas mais tarde, numa nova edição, os idealizadores transformaram o vilão em mocinho, super-herói. Agora o Super-Homem não mata mais humanos, ele só faz eles desaparecerem, pois segue um “... estrito código moral...”*. Dizem até que tem uns super-heróis por aí que não estão gostando desse jeito pacifista do Superman.

Nossa, cheguei a sentir o papel das revistas em quadrinhos dos meus super-heróis. Sim, porque na televisão muito pouco assisti e no cinema menos ainda!

Para ter este momento de regressão tive que fazer uma pesquisa no tio Google e acabei descobrindo que de todos meus heróis, somente o Zorro foi inspirado em uma história real, os demais são pura ficção. Mas toda ficção tem um Q de vontade de que seja realidade, principalmente naquilo que vai nos fazer felizes.

Penso que, quando se é criança a ficção serve para diferenciarmos as lateralidade (bom/ruim, certo/errado, justo/injusto...). E quando somos adultos, qual a relação da ficção com o nosso aprendizado?

Lá na quadra onde estava o desenho do tal diabinho, eu e minha companheira do Grupo Cataventus teríamos que atender os alunos das séries iniciais. Eis que chega uma jovem e pede para fazer um dos brinquedos. Disse a ela que era somente para os pequenos, que ela já era quase adulta. Ela prontamente respondeu que ainda tinha uma criança dentro dela e que desejava que sempre tivesse.

Pronto, quase respondeu a minha pergunta. Estamos mesmo sempre precisando exercitar nossas lateralidade, só penso que, como adulto preciso ter discernimento para saber que Super-Heróis são ficção. Nós, seres humanos, tentamos ser justos, honestos, respeitosos, sinceros, amorosos... mas salvar a humanidade, somente Deus Pai todo Poderoso, para quem nele acredita, é claro!

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Superman

Tânia França
Enviado por Tânia França em 13/06/2019
Código do texto: T6672420
Classificação de conteúdo: seguro