Pequenas histórias 185
Onze e trinta
“Onze e trinta e cinco minutos por onde o raio do sol, transpassando a cortina amarela de plástico nauseabunda de calorífico aroma de comida podre, invade o ambiente amórfico de degustações contábeis e financeiras. Números são jogados nas abstratas comercializações baseados em leis, códigos e artigos como grilhões prendendo cada indivíduo em suas baias prisões. Suspensos pelas decisões sem que se possa contradizê-las, cargos são criados ao mesmo tempo em que outros são desativados para o bem conforto da grande mãe empresa. Sobreviventes lutam contra o vírus ao fazer paralelo de outras atividades extras sem prejudicar o seu fazer profissional.”
Credo! Porque não consegue um escrever mais simples, modesto, sem a porfia de intelectualidade barata? Não sabe que isso não faz com que seja mais lido? Mas como poderá tornar seus textos mais simples, leve, poético? Deixar fluir quimeras que pelas pontas dos dedos digitem caracteres da mente? Não esforçar o conteúdo encefálico a pensar além do seu QI? Bom, ele tenta, bem que tenta que o diga quem o lê. E continuará sempre tentando, nunca passou pela sua mente um dia ter que parar. Não pensa em parar... Por mais sofrível que seja sua escrita, continuará escrevendo, até que os dedos sejam imobilizados pelas dores do reumatismo. Portanto, o aguardem...