COISAS SIMPLES
Hoje, quis recusar este presente que me magoa e voltar a um passado que ainda permanece. Lembrei-me do carteiro que trazia cartas de amor e de amizade - a espera, a leitura com uma orquestra no peito, o debruçar-se para responder aquelas cartas como quem escrevia um best seller. Lembrei-me dos igarapés, as flores em suas superfícies, os banhos, as copas das mangueiras...a felicidade era medida pelas mangas colhidas pela manhã no quintal de minha avó. O café quentinho com bolinho frito de arroz...a vida boa e lenta. À noite, a luz do luar, a fogueira, a macaxeira assada, a prosa descontraída. Éramos desligados do mundo, mas conectados entre nós. Tudo era calmo, o tempo era idílico e o prazer estava nas coisas simples.