Mané

“Garrincha faz que vai, e volta, mas antes de voltar, já foi, e em vez de ir, pára, prolongando um pouco a brincadeira, depois arranca para a linha de fundo e cruza, deixando no caminho dois adversários que trombaram um com outro. Esta cena em preto-e-branco de quase 60 anos, é mostrada vez ou outra na tevê, retirada de velhos filmes, e sempre provoca riso em quem vê, como uma cena de Chaplin. Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, nascido em Pau Grande Rio de Janeiro, jogava na ponta direita do Botafogo e chamava de João todos os laterais que o marcava: para ele não fazia diferença. Esse clown do futebol maravilhou duas Copas, em 1958 e 1962, participando, ainda, da Copa do Mundo da Inglaterra em 1966. Quando o técnico mostrou e esquema que seria usado num jogo da Copa do Mundo de 1958, explicando por onde os atacantes brasileiros iam penetrar e quem ia finalizar. Garrincha quis saber se os adversários concordavam: “Já avisaram os homens?”

Quando Pelé se machucou na Copa de 1962 e ela parecia perdida, o gênio de Garrincha brilhou e praticamente sozinho ganhou a taça da Copa, e o cineasta Pedro de Andrade fez o filme sobre ele: “Garrincha, alegria do povo”.

Os cronistas se dividem em votar nele ou em Pelé como o melhor jogador brasileiro de todos os tempos.”

Manuel Francisco dos Santos “GARRINCHA” é um personagem, “Que Fizeram o Século 20.”

Garrincha morreu pobre. Não tinha ganância pelo o dinheiro.

Lair Estanislau Alves.