Inspiração
Começava a noite, estava eu sentado num banco da Praça Santuário, em frente à Basílica de Nazaré (Belém). Antes entrara no templo.
Fui agradecer a Deus pelas alegrias e dores. Gratidão é virtude altamente salutar.
Na praça, sentado, percebi: a noite estava agradável, ventava, um ar suave, gostoso. As mangueiras balançavam. As palmeiras também.
As luminárias, os edifícios em volta. O movimento agitado dos veículos. Ruídos. Céu escuro (logicamente, era noite). Crianças correndo, gritando, brincando.
E o vento corria, as folhas das árvores agitavam-se. Aquilo me alegrou, me inspirou. Me veio um “estado poético”.
Me animei – estava eu um pouco paralisado, sorumbático, triste, desalegre. Todos temos instantes assim, ficamos molengões, lerdos, “caretas”.
Bem, os psicólogos garantem que tal estado é normal, faz parte do jogo.
Se isso se prolongar por muito tempo, aí tem problema.
Nossos conhecidos logo percebem este estado, o da tristeza, da paralisia.
E comentam: “Você está triste, estranho, o que houve”?
Não sabemos responder com coerência. Nos embaraçamos.
Ali permaneci uns 25 minutos. Me deliciando com o ambiente. Rapidamente mudei o humor. Fiquei à vontade, um pequeno paraíso.
A mente se libertara da paralisia. Ainda bem.
São pequenas coisas a nos proporcionar momentos alegres, desde que estejamos com alma disponível, abertos, despidos de desejos, de preocupações.
Quando pensamos nos problemas, “abrimos a guarda” às preocupações – e vamos para baixo, decaímos no espírito, o astral despenca.
Ficamos mal.
Entendi que a alegria deva ser o nosso maior guia (com Deus). Preocupação não leva a nada. “Então exaltei eu a alegria, porque nada há melhor que comer, beber e alegrar-se”.
Este trecho é do Livro do Eclesiastes – Velho Testamento. Gosto dele. O acho otimista, forte.
Depois fui embora, vendo as palmeiras e mangueiras balançando. E o barulho dos carros.